quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Desgosto Supremo

 Você percebe que o descrédito se torna pleno,
Quando assiste ao cidadão dizendo como vai ser,
"Vou ignorar a ordem do ministro do supremo,
E quero ver quem é que vai comigo se meter"

Até aí poderíamos crer se tratar de uma loucura,
Ou algo digno de um momento desesperado,
Que nunca teria respaldo na atual conjuntura,
Ainda mais vindo do presidente do senado

Pois para o espasmo da caveira de Rui Barbosa,
Me vem a mais alta corte em pose duvidosa,
E numa atitude inimaginavelmente desgostosa,
Acata e ainda o absolve numa cena revoltosa

Acabando com o que seria a última fronteira,
Da esperança de justiça na pátria brasileira,
Se fazem lá o que fizeram dessa maneira,
O ditado é antigo: " o mijo desce a ladeira"

É como navegar no escuro de bússola quebrada,
Sem referência do certo a nação fica desorientada,
Vendo ser submetidos a lei e seu suposto rigor,
Apenas os que não podem a ela se opor

Mas claro que para quem age com o escárnio,
De cortar o seu mas não mexer no próprio salário,
Ser conivente com a degradante e pungente ilicitude,
É só mais uma faceta que nesse jogo chamam de virtude

Lamento pelo estado democrático de direito,
Principalmente por seus professores e entusiastas,
Nem faço idéia do que explicarão depois dessa sobre respeito,
Ou sobre os três poderes e suas ligações nefastas

O pior disso tudo é admitir que tinha razão,
Aquele que recentemente era o único vilão,
Quando disse que "por ali era tudo covarde"
Pena que descobrimos essa verdade um pouco tarde...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Eu tava ali....

Era apenas um daqueles ambientes,
Em que a este nossa realidade se imponha,
Onde estamos todos acostumados e coniventes,
Com samba cerveja e turista fumando maconha

Não só eles mas muuiitos dos moradores locais,
Com cada charuto como se fosse nada demais,
Dando aquela movimentada no comércio da área,
Que certamente agradece a preferência arbitrária

Pano de fundo para uma estória mais leve,
Uma das clássicas desse tipo de evento,
Ela queria sentir como era na dele a sua pele,
Mas não sabia como realizar esse momento

Entra em campo a figura do amigo desinibido,
Que sai na busca de ajuda para a vítima da libido,
E Interpela tentando unir as pontas do doce processo,
Torcendo para retornar trazendo a resposta com sucesso

E assim começariam aqueles dois,
A famosa dança do acasalamento,
Com o indispensável paredão depois,
Só pra apimentar o gostoso entretenimento

Vidas, histórias, nada disso lhes interessa,
Ali só se beijar entre apertos e sem pressa,
Não é hora para sofrer a verdade é essa,
E o que dali tiver que acontecer, ninguém confessa

Fim do prazo de validade daquele sonho,
Despedida entre sorriso sacana e olhar tristonho,
Talvez se encontrem de novo ou nunca mais,
Consumar o desejo ou estimular os demais

Sei que por certo na mente daquele rapaz,
Aquela noite será por tempos relembrada,
Dona de um quadril com belíssimos ramais,
A protagonista será difícil de ser comparada

Torço, para o bem dele, testemunhar mais,
Aquele cenário fica bem nessa moldura,
Mesmo que insistam jamais diria quais,
Não fica bem no meu tipo de cultura

Entre copos coloridos e meu drink inofensivo,
Vamos ver quando será o próximo olhar lascivo,
Se é que haverá e detectar eu consigo,
Já pensou se forem duas? Aah meu amigo...

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

E se o problema for aqui?

E se não por acaso for ao contrário,
Do que convenciona o atual pensamento
Faria sentido se comportar temerário,
Diante da hipótese do seu falecimento?

Tendo você em registro a noção,
De que precisa cumprir uma missão,
A qual irá habilitar a sua evolução,
Facilitaria um pouco a compreensão?

Agora neste mesmo campo considere,
Que outros estejam no mesmo patamar,
Um novo conceito aqui então se insere,
Para que faça algum sentido continuar

Imagine que independente da origem ou distância,
Entre os envolvidos haja uma desconhecida paridade,
Isso atenuaria uma natural relutância,
Em aceitar entre eles a compatibilidade?

Inclua nisso o fato de não haver controle sobre o tempo,
Logo, uma vez completando o seu momento,
Dar-se-ia em seu processo o prosseguimento,
Sem qualquer chance para uma despedida de retardamento

Teoricamente traria um pouco de alento,
Aos que passam por esta transformação,
Trocar de plano astral sem desprendimento,
É difícil tanto pra quem fica como pros que vão

E de quebra poderia ainda nos elucidar,
Como coisas inimagináveis costumam acontecer,
Um número grande a simultâneamente nos deixar,
Por simplesmente terem feito por merecer

Pena que em nossa dinâmica não é permitida,
Esse tipo de interessante acessibilidade,
Permitiria consideráveis progressos em nossa vida,
Sem depender do livre arbítrio para essa finalidade...

Mas se nada disso estimulou o seu entendimento,
Tento entusiasta ilustrar por uma última vez,
Se estivéssemos todos sob o regime de um confinamento,
Vendo um querido ganhar a liberdade sem poder olhar para trás, mudarias a forma como hoje vês?

sábado, 3 de dezembro de 2016

A covardia nossa de cada dia

Aquilo não foi tragédia e sim assassinato,
Busquem na enciclopédia e verão que é um fato,
Extrapolou-se o limite da ganância em prol de um ideal,
Ignorou-se a distância e um dia acabou mal

Impressionante como se deixou acontecer,
Estava explícito que era uma insanidade,
E agora não adianta chorar ou se aborrecer,
Já era: mais um ponto pra nossa mediocridade

É tão arraigado o costume da inoperância,
Que mal passou o episódio e já voltou a discrepância,
Uns tentando se aproveitar pra ganhar dinheiro,
Outros tentando se livrar votando ligeiro

Sem contar os que nem esperaram a coisa esfriar,
E como bons imbecis, entre si já voltaram a brigar,
Como se soubessem o que é um luto a respeitar,
Ainda tem no campeonato os que não querem se deixar rebaixar

Resumindo já acabou prazo de atenção,
E provavelmente não se aprendeu a lição,
Afinal isso acontece só com os outros,
Mas não é bem assim: os exemplos não são poucos

Não vou desejar força mas sim atitude,
Somos todos vítimas em maior ou menor escala
Para que não se precise morrer para que algo mude,
Temos que parar de agir como quem hoje chora e depois se cala...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O que mais esperar...

Hão de surgir quem alegue que isso não os reflete,
Apesar de terem de admitir mesmo com relutância,
Que mais uma vez esta torcida se repete,
Nesta absurdamente estúpida militância

Num momento delicado em todo o planeta,
Onde o tema em voga é justo a união,
Ela insiste em exibir sua irracional faceta,
Brigando entre si e espalhando a confusão

Mostrando nada além de sua índole,
Que infelizmente parece uma síndrome,
Da incapacidade para manter o comportamento,
Fazendo do insensato seu usual procedimento

Ainda bem que isso não é para todos,
Seria bom que fosse na verdade pra nenhum,
Evitaria dizer que há um bando de tolos,
Inserido onde não faz sentido algum

Lamento pelos verdadeiros torcedores,
Que são obrigados a compartilhar esses dissabores,
Manchando desnecessariamente a história do seu time,
Mas é o que acontece quando da responsabilidade se exime

Fossem eles banidos de forma enérgica,
Tal como se age com uma fonte alérgica,
E nunca mais se teria a noticia desse constrangimento,
Voltando ao normal a dinâmica do entretenimento

Até quem sabe isso um dia acontecer,
O que fica de memória dos entusiastas da carniça,
É que simplesmente fazem por merecer,
O estigma da imagem de fundo na sala da polícia...

Que comecem os jogos

É de se perder na vã tentativa,
De encontrar alguma alternativa,
Que explique por que tal tratativa,
Nunca permanece sempre ativa

O que dizer de quem se une na tragédia,
Da qual é capaz de tentar fazer comédia,
E por ela consegue fazer até linda homenagem,
Ou se aproveitar da distração para articular a sacanagem?

Como classificar a estupidez da ganância,
Capaz de acabar com sonhos de infância,
Numa infinita e sofrida fração de segundo,
Que em sua inocência choca e sensibiliza o mundo?

Onde indexar a ausência da coerência,
Do guardião da legislação em vigência,
A assistir ao absurdo sem nenhuma resistência,
Vendo o certo sucumbir sem residência

Por que nesse mundo seja por onde for,
Só se encontra unanimidade em havendo a dor,
Mas quase exclusivamente sendo no esporte,
Já que a fome e a guerra também causam a morte?

Seria por parecer este um ambiente de fantasia,
Do jeito que todos gostariam de ter por perto
Onde existem regras e as raças não importariam,
E o respeito pela idéia parece dar bem certo?

Então se perdemos alguém dali que nos dá alegrias,
Parece que "aqui fora" aumentam as agonias?
Se for esta a filosofia então sugiro de forma definitiva,
Reconsiderar o seu comportamento para uma maneira desportiva

Parece que é o único código que ainda tem valor,
Ao qual ninguém tem o ímpeto de se opor,
Quem sabe fazendo da vida um belo jogo,
Possamos aprender como viver de novo

Deixando de ver momentos de união e respeito,
Apenas na frente de um caixão ou pondo medalha no peito,
Acho que será de legado o melhor troféu,
Que os exemplos que idolatramos nos deixam do céu...

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Desencontros

Me pergunto o que deu na mente do quarto poder,
Para deixar assim esse tipo de coisa acontecer,
Já teve correspondente renomado apresentando babaquice,
Agora tem ex-âncora separada promovendo a idiotice

Isso querendo citar apenas dois exemplos,
Mas o caos já se instaurou ali há tempos,
Porém acho que nunca tinham errado tanto a mão,
Num programa com tamanha perfeição

Tem que ser realmente muito eficaz,
Imensamente bom naquilo que se faz,
Para diante da comoção de toda uma nação,
Se sugerir entre a polêmica e a cretinice como opção

Na crise generalizada que o país se encontra,
Com helicóptero caindo e eles sem o salário da folha
A inteligentíssima e sensata direção vai e afronta:
"Entre o traficante e o policial, qual a sua escolha"?

Meus parabéns aos idealizadores desta enquete,
Mostraram ao mundo todo o seu poder de criação,
Não queria vocês nem pra me pagar um boquete,
Podem querer me morder, melhor ficar na mão

Aliás e a propósito para só constar no registro,
Aos guerreiros de sangue azul afirmo o meu apoio,
Desejo não encontrá-los ou envolvê-los em sinistro,
Mas se ocorrer fiquem tranquilos que eu socorro o trigo e não o joio...

Tudo Azul...

A essa altura já sob os auspícios de um santo da zona norte,
Já esperando que a empresa me incluísse no próximo corte,
Lamentando sem saber se na verdade não seria minha sorte,
Me projetando para manter o foco com sinal forte

Nada mais me restava a não ser interagir,
Absorver o que de bom estivesse por vir,
Conhecer os novos colegas e continuar a sorrir,
Resolver pra variar os chamados cabeludos a surgir

E nisso eu posso dizer modéstia a parte,
Que com alguma eficiência domino a arte,
Coordenar e ajudar pra fazer acontecer a solução,
Nada que nunca tenha feito até com lata na mão

Se for ajudando gente de boa intenção,
Fica muito mais fácil concluir qualquer missão,
As vezes só se precisa de um pequeno empurrão,
Coisa de quem vem de fora e está com outra visão

E assim deu pra dar uma arrumada na casa,
Tendo como brinde um pouco de diversão,
Dando àquela equipe o que a experiência embasa,
Esperando ter deixado por ali alguma boa lição

Melhor jeito de finalizar uma boa jornada,
Já que naquela empresa terminaria minha função,
Me permite hoje entre um chá com torrada,
Ter a consciência de que promovi um pouco de evolução...

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A política da sobrevivência

É mermão agora tá ficando nebuloso,
Acho até que posso dizer tenebroso,
Deu a louca no planeta quase inteiro,
Tá parecendo cena de fogo no puteiro

Não se identifica mais quem é que ajeita,
Se o bom vem da esquerda ou da direita,
Só me parece que o mundo anda cansado,
De tudo que há muito deveria ter mudado

Por todo o globo acontece o que não se esperava,
A falta de sustentação ocorria e ninguém reparava,
Quando velho continente deu o primeiro alerta,
Foi a deixa pro resto perceber aonde o calo aperta

A coisa tá tão maluca aí pelos cantos,
Que a escolha tem sido entre o pior e o menos,
Pra governar nações ou povos em prantos,
Em busca de dias um pouco mais amenos

E pra isso tá valendo qualquer recurso,
Mesmo sendo aquele do polêmico discurso,
Se ele mudar da situação o atual curso,
Vai ter guarda florestal abraçando urso

Para vermos o nível em que então chegamos,
Tentando fugir dos efeitos da bolha a estourar,
Até para o impensável do senso apelamos,
Na hora em que vemos o barco naufragar

O que me parece claro neste triste cenário,
É que se não administrarmos  direito o erário,
Independe se o governo vem de um lado ou de outro,
Vai doer em nosso bolso e não será pouco

Pode demorar ou pouco ou nem tanto,
Mas inexoravelmente a crise irá aparecer,
Me fazendo optar se almoço ou janto,
Fazendo minha qualidade de vida desaparecer

Coisa que dispenso e acredito ser opinião comum,
Então que tal pensarmos pra variar como um,
Se você não quer deixar que a sua mãe chore,
Precisamos AGORA fazer com que nosso lugar melhore...

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Uma de amor

Dizem que um amor nunca morre,
Que em precisando se transforma,
Dependendo do processo que ocorre,
A adversidade ele apenas contorna

Ele não tem culpa da imprudência,
Muito menos então sobre a imperícia,
Não milita na área da aparência,
Nem precisa de estrutura fictícia

Sendo intencionalmente de cunho elementar,
Fica fácil pra ele portanto se adaptar,
Se acabou o churrasco e brasa está a queimar,
Não tem problema do carvão se apagar

Ele continua útil e seguindo sua missão,
Aquecendo o alimento ou adubando o chão,
Não importa qual seja a pretensa finalidade,
Para ele existir apenas é a real prioridade

Sendo assim se um dia você esteve incandescente,
E acredita que perdeu-se a razão para tal,
Procure ver se o que te acende realmente,
Seria o mesmo que lhe causou este mal

Caso seja esta a constatação obtida,
Creio que estejas no caminho errado,
Essa filosofia não é para ser adquirida,
Pois no kit da vida ele nem vende separado

A capacidade de gostar sempre esteve aí dentro,
E você sabe disso desde o nascimento,
Bem como da eventualidade da metamorfose,
Que potencializa ou cristaliza mas nunca gera necrose

Tal qual a energia que não se cria nem se perde,
Ele apenas vai atendendo àquilo que se pede,
Já vi promessas eternas virando risadas gostosas,
Lembranças com carinho e menções honrosas

Pega esse monte de sentir e faça algo inusitado
Mostre ao espelho sua tática de reciclagem,
Talvez seja o caso de ainda não ter notado,
Mas tá cheio de flor precisando de uma jardinagem

E se nada até agora lhe fez refletir,
Tenho uma pergunta antes de ir,
Se pelo futebol és capaz do que fazes,
Por que do coração não aprendestes as bases...?


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Teledrama

Antigamente era moda na comunicação,
Que eu acreditava obsoleta pela evolução,
Mas vendo o monte que tenho de reclamação,
Temo que o telegrama reviva na sua função

Ele era rápido naquela resumida grafia,
Mas dizia sem rodeio o que realmente queria,
Problema que hoje parece ter forte apelação,
Se passar de três frases tudo virou "textão"

Ninguém se dá mais ao trabalho de ler,
Salvo os que o fazem por buscar o prazer,
Como pretendem aprender sem se informar,
É a dúvida que tenho até medo de me perguntar

Dissertar virou quase sinônimo de antipatia,
Se escreve muito vira alvo da "textofobia",
Perde o direito e o tesão de se compartilhar,
Por não ter mais quem venha a se identificar...

O jeito será reunir-se um grupo seleto,
E manter um contato quase que secreto,
Como no obscuro e clássico cenário da seita,
Só pra poder respirar num ambiente que te aceita...


Triste futuro no ar a pairar...

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Darwin já dizia...

Olha aí guerreiros do corredor da carne...o patrão ama voceeesss..

Atenção lado A e lado B:
Se isso lhe pareceu familiar,
Então essa vai para você,
Que tem o dom de agir sem pensar

Tem um evento bem no seu perfil,
Marcado na cidade e prestes a começar,
Pra participar basta ser um imbecil,
Já que de cérebro não irás precisar

Tem de tudo que te parece atraente,
Cachorra, gatinha e também adolescente,
Por incrível que pareça vai até deficiente,
Mas o louco mesmo é recém parturiente

O argumento utilizado pela maioria,
É o atrativo do custo x benefício,
Que nunca explicou por que então seria,
Nunca ter valido tamanho sacrifício

Que atire a primeira lata de ervilha,
Quem achar lúcido submeter a pequena filha,
Ao sabor ensandecido daquela matilha,
Só pra conseguir um saco de lentilha

Ou pegar alguém que nem falar sabe,
Portanto sequer poderia se defender,
E usar sob o argumento de prioridade,
Usando a fila que o direito lhe diz ter

Afinal a histeria que toma conta do local,
Além de ser algo que beira muito o animal,
Se propaga ao redor de maneira quase radial,
Mesmo quem não quer estar acaba se dando mal

Eu não pretendia mas não consigo passar,
Tem 700 que gostariam e não podem estacionar,
O que pensa em desistir já não tem como voltar,
Isso no calor, sogra, mulher e criança a chorar

"Ah mais eu economizei 80 conto, me chama de burro agora?"
Parabéns seu retardado, contabilizou o que está de fora?
O tempo de carro ligado, o risco e o aborrecimento?
Sem contar na proximidade do prazo de vencimento?

Se houve um lucro líquido foi perto do zero,
Todo o seu esforço teve o nada como fim,
Não sou o dono da verdade e nem quero,
Porém só lamento se desacreditas em mim

E pensar que todo ano a cena se repete,
Logo é plausível concluir que o projeto agrada,
Sem a intenção de julgar pois nem me compete,
Apenas observando como o sensato se degrada...

A lente da verdade...

Essa foi uma tensa que me aconteceu,
Que poderia atribuir facilmente a um "amigo meu",
Mas não tenho vergonha de contar já que o cérebro não esqueceu,
De uma noite reveladora em que um cidadão se comprometeu...

Era um começo de relacionamento,
Com toda a pompa pertinente a situação,
Ainda nos cem por cento de aproveitamento,
Tudo certo para se fazer qualquer solicitação

E assim atendendo a um pedido inusitado,
Tive em minha casa um hóspede camuflado,
Era um grande amigo da minha namorada,
Pelo menos esta me fora a versão apresentada

Paralelo a isso naquele abafado fim de ano,
Também vieram sogra e cunhada se juntar ao grupo,
Tendo o reveillon na praia como pretenso plano,
Eu mal saberia mas me tornaria bendito o fruto

Vinte e quatro horas antes na saideira,
Todos na boate para alegria e bebedeira,
Eis que subitamente acontece uma mudança ligeira,
E o comportamento do menino se enche de besteira

Sob efeito da cachaça a verdade sempre se revela,
O rapaz paga de macho mas era de fato uma gazela,
Dando em cima de outro cara se viu desmascarado,
Disfarçou e voltou querendo dar uma de tarado

Queria investir na incrédula cunhada novinha,
Num claro sinal de quem perdia a linha,
Perplexas a mãe e a outra filha se olhavam,
Sem saber como reagir ao que seus olhos testemunhavam

Meu pensamento se dividia entre a proteção das três,
E a vontade de arrebentar ele de vez,
A zoação certamente deixaria pra mais tarde,
Não era hora de fazer mais nenhum alarde

O resumo da ópera é que a pessoa deu a louca,
E a contragosto a reboquei de volta pra casa,
Aturei mão na bunda e minha ira não era pouca,
Mas pelo racional é isso que a gente passa

A cena no amanhecer era triste por si só,
Contorcido e vomitado parecia ter dado um nó,
Por mais que eu tentasse não sacanear,
Era impossível simplesmente deixar passar

Até por que essa estória tinha um requinte,
Que para os meus padrões seria um acinte,
Imagino coitada como deve ter sido bizarro,
Depois de tanto tempo ter que me aturar num sarro

Anos antes da viadagem mostrar sua nuance,
Ele e a minha namorada haviam tido um lance,
E eu com meu sarcasmo quase nada ácido,
Em respeito não fui explícito, mas não deixei de ser tácito

E assim registrou-se o episódio em minha mente,
Claro portanto que não tornaria a vê-lo novamente,
Seguiu-se a vida com seu jeito inebriante,
De mostrar como tudo pode mudar a cada instante...

terça-feira, 4 de outubro de 2016

O perigo ronda a cama...

Ela chegou em casa
Me deu um abraço bom,
Fiz uma janta básica,
O frio ditava o tom

Dei até uma certa variada,
Pra ver se o novo agradava,
Acho que acertei na pegada,
Quase que a panela esvaziava

Buchinho cheio bateu a preguiça,
Vamos deitar na famosa conchinha,
Nada recomendável segundo a premissa,
Mas quem discorda da sua pancinha?

A noite segue conforme o previsto,
O clima sugere um vinho como bem quisto,
Vou ali na madrugada, o intestino faz um som,
Quando volto para a cama.. Ela roubou meu edredom

E agora o que se deve fazer:
Esperar ate o dia amanhecer,
Deixar o corpo começar a tremer,
Ou reivindicar meu direito ao aquecer?

Eu ia virar pro meu cantinho,
Ficar esperando bem no sapatinho,
Mas no movimento ninja do gatinho,
Aguardei uma ajeitada e recuperei um pedaçinho

Ufa escapei dessa vez,
Mas vou falar uma coisa "procês"
Esse negócio de dormir junto pode ser gostoso,
Só dar mole com seu king size que é perigoso... ;)

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Eleições 2016

Apesar do tanto que se pediu,
Do muito que por aí se debateu,
Pelo jeito que aqui se decidiu,
De qualquer modo a gente se fodeu

Muitos de nós não quiseram participar,
E quem o fez não soube aproveitar,
O resultado é que todos vão penar,
Resta saber a quem teremos de aturar

Até conseguiu-se alguma evolução,
Mas nada perto do que era necessário,
Tirar apenas o partido da situação,
Foi pouco para evitar um futuro temerário

Agora teremos como triste tema,
Praticar o difícil exercício do dilema,
Entre aquele que reprime o povo da vela,
E o que da sua mansão jura que é da favela

Se fosse analisar a ambos isoladamente,
Já seria motivo para um pranto comovente,
Mas sabendo das coligações existentes,
O desespero que me bate vem fortemente

No auge da utopia da minha reflexão,
O ideal viria em forma de nova eleição,
Mas não adianta dar outra chance a ignorância,
Desperdiçou-se mais uma: ponto pra militância...

Comunica a ação...

Era uma vez uma certa empresa,
Que possuía o visual como beleza,
Com muita gente boa com certeza,
Mas nem todos, falando com franqueza,

Gostava muito de adotar procedimentos,
Mas não necessariamente dar prosseguimentos,
Preocupava-se muito com o acontecer,
Independente de como seria para fazer

Embalada pelo espirito de um determinado momento,
Deu o aval para que tudo fosse providenciado,
Encontrou pela frente quem tinha comprometimento,
E assim teve seu projeto entregue e acabado

Mas de quem menos se esperava tal comportamento,
Eis que se revela uma face no mínimo controversa,
Na hora de retribuir com o merecido pagamento,
Ela recua com uma tática deveras perversa

E ainda queria exigir que fosse dada manutenção,
Mesmo tendo deixado seu próprio projeto na mão,
Se isso não puder ser definido como falta de noção,
Confesso desconhecer outro tipo de sugestão

E assim desta forma tristemente desamparada,
O suporte se viu obrigado a dar uma parada,
Mesmo que volte, de uma forma aparada,
Infelizmente não será como antes, se comparada

Existe uma coisa chamada confiança,
Que se adquire através de outra, respeito,
Nunca será plena qualquer tipo de aliança,
Se em alguma das partes houver algum rejeito

Profissionalismo e responsabilidade eu tenho,
Isso vem de berço lá da terra de onde venho,
Trabalhar para poder prover é uma necessidade,
Mas existe um filtro no meio que se chama dignidade

Na relação entre cliente e fornecedor,
Não precisa haver amizade ou amor,
Cordialidade é boa ninguém há de se opor
E pagamento é obrigação e não um favor

O mais louco de toda essa estória,
É ter nos registros de minha memória,
Que teoricamente sua forma de atuação
Vem justamente de explorar a comunicação...

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Quando o sol bater na janela do teu quarto...

Era algo pra ele bem inusitado,
Acordar sentindo-se mega culpado,
Como se tivesse uma regra violado,
Sendo vitimado por não estar acostumado

Sem o compromisso ter que acordar,
Dormiria até querer reabrir o seu olhar,
O que não significava que ia demorar,
Mas faltava a experiência para identificar

Mais perto um pouco da linha do equador,
Existe uma grande diferença no sol a se pôr,
E consequentemente na hora deste nascer,
Só que disso ele ainda não estava a saber

Por ali sete horas da manhã pareciam dez,
Raios na cara causando no cidadão imensa confusão,
Atônito chegava a se levantar na ponta dos pés,
Incrédulo depois voltava e se jogava à sua continuação

Demorou a entender que o óculos escuro,
Seria seu melhor amigo na maioria do tempo,
Mesmo saindo à noite lhe livraria do apuro,
Pois ali parece que amanhece a qualquer momento

Pra quem curte uma praia é o mundo ideal,
Coisa quase impossível de não se fazer ali,
Da pra surfar depois de rolar um luau,
E ir pro trabalho antes mesmo dele abrir

Com o tempo ele então se adaptou,
E se inseriu finalmente no fuso horário,
Mas a dormir também continuou,
Madrugar ainda não estava em seu cenário....

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Ele acabou com o meu céu...

Ele fez um monte de barulho mas ponderei,
Sujou meu carro de cimento fui lá e lavei,
Deixou cair detrito em cima e mal reclamei,
Interrompeu meu descanso e não me stressei

Durante meses aturei esta triste rotina,
Ver seu projeto crescendo em minha retina,
Com uma dinâmica regularmente no mínimo cretina,
E de execução igualmente digamos deveras equina

Nada tenho com isso a casa não é minha,
Nem a reforma elaborada num projeto meu,
Se fosse jamais seria dessa forma mesquinha,
Bem diferente por certo do que ali aconteceu

Até aí nada que de fato me incomodasse,
Principalmente por ser um caso passageiro,
Porém algo faria com que tudo mudasse,
E invocasse meu ódio eterno e por inteiro

O infeliz no pleno gozo de seus direitos,
Ao considerar seus planos de construção refeitos,
Pegou o projeto quase pronto e fez "ajeitos"
E na arquitetura prevista mudou alguns conceitos

O resultado não podia ter sido mais cruel,
Acabando com a utilidade da amiga fiel,
Deixando uma cicatriz em forma de tijolo e fel,
Ele subiu o seu muro e acabou com o meu céu...

#embargaramaminhacalma

É ela :)


Ela é um verdadeiro doce
Adorava encontrar onde quer que fosse
Nem podia azarar senão "reiô-se"
Amizade bacana não precisa impôr-se

Gente boa pra ter em qualquer situação,
Do churrasco ao velório ou até eleição,
Te diverte brincando sem qualquer pretensão,
Jeito leve mesmo quando tinha aporrinhação

Dá vontade de botar no colo e chamar de "minha",
De arrumar caô com quem mexer com a "irmãzinha",
Entrevistar todos o candidatos que tiverem na cidade,
Só pra assegurar que vão lhe trazer muita felicidade

A distância me traz a falta do seu sorriso,
E tenho certeza que a recíproca é verdadeira,
Sabemos que pra resolver o que então é preciso,
Nada além de uma caixa e um "findi" de bobeira

Ah claro, com fraldinha e linguiça calabresa,
E o camarão pra desgustar acendendo o fogo,
E aquela caipirinha esportiva sobre a mesa,
Vai ser muito bom poder te ver de novo

Temos que aproveitar enquanto há tempo,
As coisas andam meio loucas por ai afora,
Vê se não deixa isso cair no esquecimento,
Já tá bom de acabar com toda essa demora,

Um beijo seguido de um abraço apertado,
Que as coisas em sua vida continuem caminhando,
Deste que continua sendo seu fã inveterado,
E se não der pra rever então vamos falando :****

Crise migratória

Certa vez num cenário bem conturbado,
Ele se viu entre a novidade e o saturado,
Baseado numa oferta mesmo sendo arriscado,
Decidiu que era algo que valia ser tentado

Usando do seu hábito deveras racional,
Deixou para trás toda a carga emocional,
Se era pra mudar então que fosse radical,
Foi viver num outro ponto do território nacional

Desconhecendo tudo e ignorando a todos,
Unicamente contando com a similaridade da língua,
Logo perceberia o quanto ali eles são tolos,
Ao ver parte de sua ida perecer em impensável míngua

Mal sabia mas começava sua aventura,
Bem diferente do que havia planejado,
Iniciar um projeto completamente sem estrutura,
Certamente não era algo que tivesse cogitado

Mas recuar jamais seria uma opção,
Por maior que se mostrasse a adversidade,
E esta o faria aprender o que é resignação,
Além de manter o foco na espiritualidade

Sendo nascido e criado em terra de bamba,
Sabe como funcionam as esquinas da vida,
Teve a fé de esperar que "um dia isso anda"
E no aguardo foi aprendendo com a nova lida

Conheceu gente que se dispôs a ajudar,
Bem como outras que adoravam criticar,
Até houve caso de quem chegou a atrapalhar,
Mas nada que impedisse da sua hora chegar

O curioso de toda a dificuldade que passou,
É saber que ela em nada era de fato necessária,
Tudo o que fez foi por que assim optou,
Por acreditar que a falha era mais temerária

E assim alcançou seus dias de glória,
Ainda que distoantes da sua diretriz,
Provou a si mesmo ser capaz da Vitória,
Mostrando não ser preciso muito pra ser feliz

Faltava pouco para se considerar estável,
Poder se ver num estagio mais confortável,
Tentou um emprego até nem tão rentável,
Mas que dava um suporte mais confiável

Mas numa daquelas coisas que não se espera
Um revés alterou a ótica da intenção sincera,
E lhe mostrou que talvez sua realidade,
Não fosse exatamente naquela cidade

E munido de uma incrível experiência,
Ele foi inaugurar uma nova convivência,
Junto daqueles que por alguma sapiência,
Exercitaram em sua ausência o conceito de paciência

E até onde se sabe nunca mais viajar foi preciso,
O que não significa que ele não se irritou,
Mas parece que agora está mais conciso,
Resolve na hora se por acaso desgostou

Torço daqui pela longevidade da sua alegria,
Somente nós sabemos onde o calo aperta,
Que seja sua trajetória recheada de boa energia,
E que por onde andar te recebam sempre de porta aberta...






sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Operação Cafofo VII - O olho do Tigre

De tudo que foi recurso procurei lançar mão,
Para evitar que chegássemos nesta situação,
Mas parece que ignoravas minha intenção,
Talvez acreditando que eu não tivesse tanta disposição

Pois é cidadão sua casa literalmente caiu,
Acabou seu reinado de barulhos e sujeiras,
Seus indícios o lava a jato lindamente baniu,
Agora posso usar finalmente minha casa por inteira

E não pense que desgosto da idéia de manter contato,
Se tiver tempo pretendo até convidar para um lanche,
Basta você aparecer no terraço e te alimento bem no ato,
Ninguém poderá dizer que neguei a ti ao menos uma chance

Como tens a prerrogativa de saber como se voa,
Creio que evitar quaisquer contratempos será fácil,
Afinal essa oferta não pretende ser exatamente a toa,
Veremos cara a cara se és assim realmente tão ágil

Até la vou curtindo saborosamente minha vitória,
Demorei pra conseguir obter o recurso necessário,
Mas depois dessa entre a vizinhança já virei história,
O cara que realizou o que só se tinha no imaginário

E de quebra ainda possibilitou o mesmo para eles,
Que também sofriam há tempos de forma equivalente,
Mas agora podem se dedicar em paz aos seus afazeres,
Sem precisar se desgastar por tua causa constantemente

Conferindo a esta odisséia o que considero um final feliz,
Pena que para alguns ela tenha sido em demasia demorada,
Porém o que importa é poder completar a desejada diretriz,
E poder finalmente dar um descanso à minha doce namorada

Daquela angústia então me despeço e de ti me desfaço,
Vou dormir imensamente feliz de mandar seu ninho pro espaço,
Adorei o mergulho aliás que proporcionei ao seu pequeno ovo,
Foi pra você aprender: Te mando pra puta que pariu se mexer comigo de novo...

O interino e a funcionária

Ela até que tentou
Mas não conseguiu
A energia acabou
Sem resistência dormiu

Queria ficar conversando
Aproveitar que ele chegou mais cedo
Talvez depois se beijando
Não sabe quando voltará a tê-lo

Nesta nova fase a incidência é precária
Mas se justifica pela nobre circunstância
Ele de interino e ela de funcionária
Oportunidades passam a ter grande relevância

Nada em que não se possa dar um jeitinho
Ela adormece com ele fazendo um carinho
Jurando que ainda está ali participando
Enquanto ele num drink fica lhe observando

Depois deita junto e fica na famosa conchinha
Pois em breve o relógio irá fazer sua missão
Mas antes consegue tirar ao menos uma casquinha
Da companhia passar um pouco da sensação

E assim vão passando por esta nova fase
Tranquila de levar afinal parceria é a base
Se não fosse deste modo a coisa seria louca
Mas ali é tudo certo: ele faz a comida e ela lava a roupa

Quando ele despertar ela deverá estar almoçando
Certamente marcado por um beijo doce
De quem mesmo longe continua nele pensando
Sabendo da recíproca em qualquer chance que fosse

Uma hora o marcador dá uma bobeira
E eles ganham um novo tempinho
Quem sabe um almoço ou churrasqueira
O que importa é poder ficar juntinho :)

Quero que você morra

Por mais bizarro que isto pareça,
É algo que deveria passar-lhe à cabeça,
Pois sabemos ser inexorável que aconteça
Portanto é melhor que o conceito apeteça

Eu desejo sinceramente que você morra,
Mas não de qualquer jeito que isso ocorra,
Se possível de uma forma sem sofrimento,
Apesar de achar difícil vendo seu procedimento

Queria que fosse alguma coisa tranquila,
Como num sono depois de uma tequila,
Ou após um orgasmo de fim de noitada,
Qualquer coisa em que a mente estivesse relaxada

Porém não vejo muita chance nesse futuro,
Aliás o que prevejo me parece bem obscuro,
Seus hábitos não oferecem porto seguro,
Pelo contrário, tendem a te levar em breve ao apuro

Por isso prevejo sua morte como um triste alívio,
De quem não possui mais condições de convívio,
Dizimado pela incoerência de saber o certo,
Insistindo em ter o errado mantido por perto

E pensar que a referência em conselhos era sua,
Do tipo que falava horas para dar um bom exemplo,
Um tanto diferente do modo como hoje atua,
Infligindo dano ao corpo a quase todo momento

Se o argumento é aliviar algum sofrimento,
Talvez seja o caso de recorrer a outra opção,
Pois esta como item sensato de entretenimento
Já se encontra há tempo no setor de "sem noção"

Desgosto da ideia de ter que usar o clichê do " descanse em paz",
Prefiro que a tenhas agora para poder em vida repousar,
Uma vez desencarnado não há mais o que se falar,
Apenas lamentar sobre o que não se foi capaz

Então torcendo pra ser uma passagem digna,
Livre do sofrimento de uma enfermidade,
Sugiro que se libere agora do triste estigma
De ter que interagir com sua arbitrariedade

O odor que exalas causa no ambiente um contraste,
Entre o prazer da presença e a vontade de chegar perto,
Seria melhor se ater antes que aconteça o desastre,
Depois de instalado, o câncer terá em sua teimosia destino certo

E baseado em sua experiência bem próxima,
Eu diria que a dependência não é boa idéia,
Sua árvore genealógica tem desempenho longe do ótimo,
E esse triste espetáculo vai terminar sem platéia...

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O que é prisão afinal?

Imaginem uma solitária sem grades,
Que nem mesmo apresenta paredes,
Do cenário esperado nenhum dos alardes,
Ou daquele ambiente qualquer dos afazeres

Mas que ainda assim é capaz de sua função,
Isolar do convívio como forma de punição,
Descartar como alívio uma eventual comunicação,
Decretar como o fim a mais estúpida solução

Agindo tal qual a inóspita e sombria construção,
Que inflige com excelência na arte da privação,
Aterroriza dentre outras pela falta de iluminação,
Causando na lucidez abalada um verdadeiro apagão

Subjetivando assim o conceito de liberdade,
Afinal em teoria é como se rege a sociedade,
Não estando preso então se encontra livre,
Desconhecendo o óbito logo é porque você vive

Pelo menos é como digamos aqui se pensa,
Observando que nesta idéia não se considerou a doença,
Claro que portanto o espectro é bem mais amplo,
Porém dariam horas de escrita explorar esse campo

Mas voltando ao tópico selecionado,
O paradoxo se mostra bem explicitado,
No corpo detento daquele cérebro resignado,
E na mente danificada do cidadão inanimado

Os dois encontram obstáculos intransponíveis,
Mas apenas um deles foi por opção,
Com a quantidade de recursos disponíveis,
Qual deles não precisava estar nesta situação?

Pra quem ainda não entendeu tentarei desenhar,
Mandela esteve lá por décadas sem se deixar abalar,
A Miss Brasil nem de longe e não conseguiu escapar,
Quando a esperança é impalpável não importa mais o lugar

Bem como independe a natureza da tentativa de fuga,
Para se ver distante dali qualquer senso se muda,
Procura-se abrigo no colo de qualquer religião
Dá-se um passo no espaço mesmo a metros do chão

O que me leva a indagar sobre o que é condenação,
Qual a mais cruel, a do delito ou a da emoção,
Uma te procurou, a outra você vai buscar,
Por optar a vida lhe facultou, resta saber como irás lidar

Pois para ambas existe algum tipo de amparo,
E hoje em dia até mesmo boas práticas de reparo,
Mas é necessário agir com muita coerência,
Pois como se nota, depressão ou reclusão são meras questões de referência...

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Apenas um Palhaço

E pensar que gente assim existe pra fazer-nos evoluir...

O comportamento é tido como um clássico,
Neste mundo onde inexiste a coerência,
Sua má índole corrói como um ácido,
Seu destempero tem paridade na indecência

Desconhece a prática da humildade,
Acredita ser o dono de toda a situação,
E ao ser retaliado e trazido à realidade,
Fica sem graça e jura ter aprendido a lição

Mas eis então que seu caráter aí se mostra,
Fazendo falsa denúncia sem direito a defesa,
Esperando apenas virar para apunhalar-me as costas,
Afirmando a todos ser vítima de suposta rudeza

Quem precisa sabe qual é a verdade,
Como foi a dinâmica do real acontecimento,
Por isso permaneço em minha serenidade,
Mesmo repudiando dos outros o pré julgamento

Que dele simplesmente compraram o barulho,
Numa inversão de valores bem corriqueira,
Num corporativismo que condena ao esbulho,
Pra proteger mesmo quem erra, independente da maneira

E olha que haviam testemunhas oculares,
Imagina se eu estivesse por ali sozinho,
Minha reputação teria ido toda pelos ares,
Do RH já ouviria a chamada me excluindo

Mas diz o ditado "aqui se faz aqui se paga",
E desta inexorável dívida não serei eu o cobrador
Talvez nem saiba como será o fim de sua saga,
Porém terei o regozijo de saber que haverá alguma dor

Em me perguntando sobre a estória do perdão,
Direi apenas que este é um ato divino,
Sendo humano prefiro mandar-lhe a mão,
Se não sabes ser homem eu prontamente lhe ensino
E vou repetindo com muito prazer a lição
Até aprenderes a respeitar o meu destino

Porém nesse xadrez de estilo comportamental,
Nossas peças possuem diferença de valor,
Ainda teremos algum encontro casual,
Meu xeque mate aguardará pacientemente o seu sabor

Fica tranquilo você não me fará de escada,
Só toma cuidado pois não sabes voar,
Quem sabe te assisto cair em própria cilada,
Ou apenas de longe presencio o teu despencar

Afinal fruta podre cai sem ajuda,
E nesse quesito tens forte talento,
Competência não tem só quem estuda,
Se não compreendes até hoje, Só lamento...

sábado, 6 de agosto de 2016

Operação Cafofo VI

Era pra ser o ápice daquela festa,
Motivo de sonho por dias seguidos,
Não imaginava uma coisa como esta,
Sendo pivô de um caso quase perdido

Cada fase num projeto tem um ídolo,
Uma simples lâmpada teve sua glória,
E nesse caso o aquecedor era o símbolo,
Do banho quente que entraria pra história

Previamente consultando a imobiliária,
Assegurada a presença da infra necessária,
Nenhuma condição restava que fosse contrária,
Vamos a loja aproveitar a situação erária

E assim fomos e voltamos contentes,
Só pra variar dando carona a outras lembranças pertinentes,
Pega a furadeira e todos os adaptadores,
Que hoje vai ter banho com sais e vapores

Tudo certo ficou uma graça ali na parede,
A namorada no trabalho mando até uma foto,
Uma latinha da bolsa térmica pra saudar e matar a sede,
E vamos testar e foi quando finalmente eu noto...

Houston temos um problema
Foi a frase que me veio à cabeça,
Pois ali começaria o meu dilema,
Do tipo que não se acredita que apareça

Não considero isso falha de comunicação,
Foi uma clássica atitude de péssima fé,
Ao me informar sobre a real situação,
A funcionária não citou como de fato ela é

A residência verdadeiramente está preparada,
Mas a rua onde ela fica infelizmente não,
Então a estrutura que lhe foi separada
Nunca teve qualquer tipo de utilização

Com o sangue nos olhos e a faca no dente,
Queria dizer coisas que a fariam chorar,
Mas tinha a busca de uma solução urgente,
Então o esporro merecido podia esperar

O que mais me doeu foi não poder trocar o aparelho,
Só por ter tirado da caixa por um único dia,
Mas a ira em meu olhar assustava até o espelho,
Comprei outro e já configurado pro jeito que viria

Se o gás natural não vem então ele vai,
O que não rola é banho de chuveiro elétrico,
Inverte o esquema e alimenta de onde sai,
Manobra simples ante um contratempo manométrico

De quebra ainda organizei melhor a cozinha,
Tirando o botijão de dentro dos seus domínios,
Nenhuma unidade tem instalação como a minha,
Mal cheguei e tô fazendo fama no condomínio

Agora sim ouço o som da minha vitória,
Aquele click bum do acendedor automático,
Servirão para eternizar que nenhuma tarefa inglória,
É capaz de deixar um obstinado apático...

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Falha de comunicação

Era uma vez uma digamos donzela,
Com um certo apetite por coisas erradas,
Gostava de frequentar baile de favela,
Se drogar em orgias e também outras farras

Vivia sua vida sem atrapalhar quase ninguém,
A não ser o pobre do seu responsável,
Que questionavelmente não foi muito além,
E a deixou seguir num caminho lamentável

E ela foi com bastante eficiência,
Se graduou com louvor em incoerência,
Do tempo em que agia com inocência,
Só a foto ainda guarda uma remanescência

E no auge desta insana falta de perspectiva,
Querendo talvez testar sua elasticidade,
Quis afrontar de forma respectiva,
Sua jovem vida e a própria sexualidade

Como antes já havia loucamente feito,
E cujo resultado hoje vive nos braços da avó,
Mas nem ela dessa vez imaginava o efeito,
Pela falta de sigilo a brincadeira virou pó

Fez o que quis com quantos teve vontade,
Mostrando se tratar portanto de uma banalidade,
Só não contava que alguém nessa atividade,
Fosse filmar e contar para toda a cidade

E o que era apenas uma simples putaria,
De repente virou uma tremenda histeria,
Na comunidade causou grande correria,
Todos negando participação ou autoria

Sem contar a merda que deu no quesito legal,
Deu policia prometendo que ia enquadrar geral,
Além de não se falar de outra coisa no jornal,
De promíscua a celebridade sua ascensão foi sensacional

Ostentando a moralidade até o presidente pegou carona,
A tribo do suvaco peludo e seio nu quase surta de tanto protesto,
Classificaram todos os homens como non grata persona,
Apenas o delegado teve um comportamento racionalmente modesto


Mas como toda aparição meteórica,
Foi assim que sumiu do coletivo cenário,
A multidão antes indignada e eufórica,
Já voltou a se preocupar com o salário

De uma coisa dela não se pode falar,
Sempre cumpriu tudo o que prometeu,
Disse para todos que só queria era dar,
Não entenderam o recado e todo mundo se fodeu...

Pequeno Formulário Amoroso

Quem de nós não teve em sua infância,
Aquele momento de pura indagação,
Vendo um sentimento de extrema importância,
Pela primeira vez e sem ter nem uma mão

Muita gente poderia ter sido mais feliz,
Se tivesse recebido algum tipo de ajuda,
Então aqui vai para o pequeno aprendiz,
Uma dica valiosa pra alegria evitar a fuga ;)

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Pequeno formulário amoroso
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Com licença me desculpe te incomodar,
É que tenho um problema e não sei como lidar,
A pouca idade não me deixa ainda argumentar,
Mas sem saber como acho que acabo de me apaixonar

Só isso explicaria a vontade de vencer a timidez,
E tentar de alguma forma a comunicação,
Se esta não der certo posso experimentar talvez,
Uma outra forma de sensibilizar seu coração

O fato é que eu precisava te contar,
Você é a primeira pessoa de quem venho a gostar,
Não faço idéia de como devo me comportar,
Tudo que sinto é ao seu lado querer ficar

Não se preocupe em ter que responder agora,
Estou nessa confusão já tem algum tempo,
Espero sem problema o dia que chegar a sua hora,
Ficaria muito feliz de compartilhar esse momento

Somos muito novos mesmo nos dias atuais,
Para além de um abraço carinhoso ter algo a mais,
Pelo menos é isso o que afirmam os meus pais,
Mas saber que sou correspondido(a) já seria bom demais

Com sete anos esta é uma atitude rara,
O normal aliás é que você ria da minha cara,
Ou fique com vergonha compreensivelmente num gesto contido:
Porém se nada disso for, gostarias de namorar comigo?

Não tenho muita coisa para te oferecer,
Além de um grande amor e o lanche da escola,
Entretanto se puder me esperar crescer,
Te prometo um namoro show de bola

E se não for o caso de acontecer assim,
Podemos então cultivar uma bela amizade,
Ficará tudo bem se não estiver a fim,
Aprendi que não existe obrigatoriedade

Posso enfim respirar com certo alívio,
Nada fácil paquerar alguém do convívio,
Peço antes de tudo para por favor não se chatear,
Irás me entender quando o seu momento chegar...

Já da pra parar

É gente tá bom já dá pra parar,
Não tem mais nem o que dê pra falar,
Quero descer é demais pra mim continuar
Ficou surreal ao extremo viver nesse lugar

Morre um policial todo dia não se fala nada,
Faz-se um protesto em agonia e a mídia calada,
O governo em demagogia e a população inanimada,
Acontece uma orgia e SÓ ENTÃO aparece gente indignada?

Nem perderei tempo sobre o mérito da questão,
Idiotice e hipocrisia aqui são questões de opinião,
Repugnante deixou de ser uma mãe com uma prole que não se alimenta,
O problema é divulgar bacanal e enaltecer quem sequer se sustenta

É tudo tão maluco que quase me perco,
Não fizeram apenas o que dizem as letras cantadas?
Então se há referências de ampla forma disseminadas,
Por que a crítica sobre a decisão tomada?

O que se esperava de uma associação de fatores,
Onde inexiste qualquer ocorrência de valores,
Cuja má índole e administração são autores,
Coerência e evolução com direito a flores?

Enquanto se achar uma coisa normal,
Criança dançando em apologia ao sexo,
E estatuto dizendo repreender ser ilegal,
Teremos outras novinhas agindo sem nexo,
Bem como inocentes perdendo pro bonde do mal..

Um dia me perguntaram

Perguntaram sobre a fase mais difícil da minha adolescência,
Disse ter sido tentar acudir com excelência,
A quem foi vitima de uma cruel imprudência,
Daquele que não soube agir com a mínima decência

Ninguém é obrigado a fazer o que não quer,
E isso inclui a esfera do relacionamento,
Sendo Homem e insatisfeito com sua mulher,
Bastava seguir um simples e correto procedimento

Comunique-se de maneira clara e objetiva,
E siga em paz na busca do que então deseja,
Mesmo que o litígio seja a única alternativa,
Já está declarado aquilo que você então planeja

Mas infelizmente nada disso ele fez,
Pelo contrário parecia ter sido premeditado,
Inexplicável agir com tamanha insensatez,
Ferir assim quem dormia feliz ao seu lado

E numa trágica noite que bem me lembro,
Meu processo de amadurecimento aceleraria,
Com 13 anos numa noite de 23 de dezembro,
A minha mãe e eu na sala meu pai deixaria

O argumento usado era ter conhecido outra pessoa,
E querer vivenciar com esta uma nova experiência,
Só esqueceu do detalhe de que não se magoa,
Sua família por pura questão de conveniência

E como seria logicamente previsível,
O ano seguinte começou horrível,
Com direito a acidente de carro terrível,
E um aproveitamento escolar sofrível

Enfrentei da matriarca uma forte depressão,
Nunca a tinha visto tomar remedios controlados,
Sabia que não podia demonstra-la desilusão,
Só tinhamos um ao outro e lado a lado

E fomos segurando como deu a nossa barra,
Pedindo a fé que aguentássemos o que o tempo precisava,
Eventualmente procurando fazer alguma farra,
Se não afastava a tristeza pelo menos a desviava

Porém como não há mal que sempre dure,
Nem um coração que nunca se cure,
Um dia houve de cessar nosso tormento,
Pra variar estava lá quando ela sorriu em um novo momento

E enfim encerrou-se a minha pior fase,
Que ao menos para a vida me daria base,
Pra saber como proceder em situaçoes de crise,
Bem como daquelas cenas jamais promover a reprise...

Que mundo é o seu?

De repente me veio a lembrança daquele terraço,
De sua vista bucólica com aquele amasso,
Da vida contida naquele perene compasso,
Do mundo que cabia em um simples abraço

Não se trata de uma onda de saudosismo,
Mas negar a memória seria um cinismo,
Ainda mais tendo sido esta tão positiva,
Por que renegá-la ou torna-la inativa?

Era um mundo cheio de possibilidades,
Onde se podia desenvolver várias habilidades,
Entreter era uma arte feita de pura invenção,
Onde a principal ferramenta era a imaginação

Dentro de casa só estando de castigo,
Ou em caso de estudo, no máximo doente,
Fora isso era geral na casa de um amigo,
Ou na rua do café da manhã até o poente

As vezes com a forçada pausa pro almoço,
Dependendo da distância percorrida ou atividade,
Senão era fruta do pé e banho de poço,
Pra poder se reapresentar com alguma dignidade

A grande e triste diferença do mundo atual,
É o incrível e lamentavel tratamento impessoal,
Tem-se toda uma infraestrutura de comunicação,
Que paradoxalmente une a todos e os condena a solidão

Vidrados em suas coloridas telinhas,
Conversando através de inúmeras linhas,
As meninas deixam de visitar as vizinhas,
E os meninos quase não disputam as coloridas bolinhas

Inverteu-se a lógica da interlocução,
Hoje se conhece através do contato compartilhado,
Não se tem mais o prazer ao vivo da apresentação,
Nem o frio na barriga da sensação de ter gostado

Quase desconhece esta nova geração,
Em sua atmosfera predominantemente individualista,
O que já se passou pra andar segurando na mão,
Ou se sonhou brincando de salada mista

Se por acaso acabar a energia na casa,
Ou uma chuva interromper a banda larga,
Fica explícito como o comportamento do nosso defasa,
Quando da falta de opção o jovem de hoje se amarga

Como se conversar fosse algo antiquado,
Interagir pessoalmente um modelo inadequado,
Parece que só se vê esse povo em grupo,
Se for alcool ou algum jogo online o fruto

Sinto por aqueles que desconhecem a experiência,
De um fim de semana num acampamento,
Ou de uma ida com a galera na feira de ciências
Por serem as memórias que ficam com o tempo

O mundo digital é sem dúvida muito sedutor,
Porém em igual escala se revela imparcial,
Se acabar a transmissão acabou todo o amor,
Pelo menos com os amigos da pra curtir o comercial....

Operação Cafofo V

Eu não sei nem como começo esse relato,
De tão surreal que é o motivo deste desabafo,
A vontade é de praticar um ato insensato,
Chamando pra porrada o alvo do desagrado

Só não dou segmento nessa desesperada reação,
Por saber que nela não haverá a esperada recepção,
Pois o maldito do problema possui recursos a mais
Que me atrapalham na hora de explodir seus anais

Mas não existe mal que sempre dure,
E eu sou muito mais inteligente do que ele,
Chegará o dia em que sua cabeça eu pendure,
Ou um balde de gasolina talvez jogue nele

Minha dificuldade maior de aproximação,
Se deve a peculiaridade desta construção,
Onde para ventilar a casa existe um vão,
Feita pelo retardado do construtor sem nenhuma obstrução

O resultado de tal obra é uma festa no puteiro,
Na qual vem pombo pra cagar o dia simplesmente inteiro,
E ninguém consegue usar a área da lavanderia,
Pelo menos não como se deve ou gostaria

Devido a complexidade em função da altura,
Pra resolver o caso não é qualquer tipo de estrutura,
Logo isso meio que inviabiliza o acesso,
O que até agora está me deixando apenas pocesso

Porém como bom brasileiro não fujo da luta,
Vou quebrar esses alemão de pena tudo safado,
É bom sair logo voando daí seu filho da puta,
Já comprei 5 pacotes de gamo esteja avisado....

Operação Cafofo IV

E ao fim da luz que contemplou o primeiro dia,
Chegou a hora de conhecer o lado escuro,
Só tinha lâmpada no banheiro quem imaginaria
Que o ex morador iria carregar quase tudo

No tocante ao suporte à vida tem tudo perto,
De casa de massagem até lugar pra festa de família,
Então nesse começo está bem se não forem bem cobertos
Os primeiros sonos por falta de adequada mobília

Dá aquela sensação de estar em acampamento,
E de que em breve riremos de tudo isso,
O que também valoriza bastante o momento,
Faz querer eternizar de certa forma o compromisso

Os carros passam ecoando dentro do quarto,
Diferente do silêncio consagrado de outras eras,
Pra recuperar o nível de privacidade portanto não descarto,
Colocar um filme bem preto em todas essas janelas

Antes no meu mundo havia uma fonte inesgotável
Portanto ninguém regularmente se preocupava
Agora pra poder armazenar água potável
Só uma caixinha que mal enchia e esvaziava

E nesse primeiro dia como seria previsto
O banho foi gostoso mas sem aquecimento
Mais um item a marcá-lo como bem quisto
Registrando sem dúvida este querido movimento
Por aqui no inverno sinto que será sinistro
O vento assovia sem nenhum constrangimento

Que obviamente vai bem como entretenimento,
Aquele estado exótico que alegra a qualquer turista,
Nem em sonho faria disso um procedimento,
Do meu conforto sou um constante e ferrenho ativista

Ouço pombos entre vozes e comidas que meu nariz percebe,
Estão temperando arroz num aroma que à minha ignorância excede,
Não sei aliás qual parte disso preciso resolver primeiro,
A ausência de geladeira ou chão cagado por inteiro

Mas podemos deixar esse tópico para o dia seguinte,
De coisas para se fazer aqui tem muito mais de vinte,
Só elas já me farão suar e querer outro banho frio,
E se não funcionar, um jeito de resolver eu crio :)

Vamos ver o que mais reservam estas paredes,
Além dos furos na cozinha que precisarei tapar,
Tomara que elas aguentem algumas redes,
Taí uma coisa que adoraria por aqui instalar

Os sons esparsos vão deixando enfim espaço,
Para o sono chegar e ocupar com seu cativo traço,
Amanhã tem mais nem preciso pensar no quê,
Pra tudo quanto é lado tem coisa pra não esquecer...

Operação Cafofo III

É um momento de uma certa incoerência,
Pois tudo que menos importa é a aparência,
Até porque, nada é o que ali tem existência,
Pelo menos enquanto não vira uma residência

Está todo cheio de poeira ou imundo mesmo,
Já se imagina a trabalheira pra deixar limpo,
Fica-se perdido naquela zona olhando a esmo,
Enquanto um peteleco derruba a traça subindo

Ao mesmo tempo do chão ao teto,
Surge uma inspiração quase mediúnica,
Baixa na pessoa uma espécie de arquiteto,
Que sai tendo idéia da parte seca à úmida

Seu novo templo é a loja de construção,
Onde você passa a conhecer melhores amigos,
E sai lotado de itens adquiridos em prestação,
Jurando que não precisará de novos artigos

Coisa que não chega a durar sequer a página dois,
Basta descarregar a mala que o "suporte" vem com uma lembrança,
Daquelas que nem dá pra deixar para depois,
E daquele desencontro com o LIS te tira a esperança

Mas tá valendo afinal a causa é nobre
É só ir com calma que a coisa funciona
Não pode faltar mesmo que também não sobre
Ver o projeto seguir é o que te impulsiona

Entrar pelas madrugadas escolhendo cor
Decidindo qual tipo de móvel e onde por
Exercitando a arte do conceder e do se opor
Na doce parte do ambiente a se compor

Enquanto nessa aventura estou no começo
Da ordem das travessuras então eu obedeço
Posso lavar a casa toda com a mangueira
Menos a escada, que é toda de madeira

Ou quem sabe ficar completamente nu no terraço
Já que temos para isso ali um atraente espaço
Tem alguma coisa a se pensar para a varanda
Mas ali com parcimônia pois na frente gente anda...

domingo, 31 de julho de 2016

Círculo Vicioso

Quisera eu que me respondesse a ciência
Por que as pessoas têm mania de circunferência
Na hora de ostentar alguma referência
Daquilo que em tese seria sua definitiva preferência

Para dar ao mundo uma desnecessária ciência
Do que muitos ainda têm até reticência
Logo é um ato sem a necessária coerência
Por isso que vira e mexe aparece desistência

Se ao invés de venerar acesso ao aro
As pessoas procurassem apenas a felicidade
Poderiam quem sabe aprimorar o faro
E dar ao investimento a devida utilidade

Mas preferem praticar o gesto a torto e a direito
Acham bonito até convite em busca do momento perfeito
Parece que a graça se resume em evitar o rejeito
Como se viver sem tal chancela não devesse ser feito

Vai curtir e viver com uma pessoa que te ama
Que pode cozinhar mal e arrebentar na cama
Independente do título pelo qual lhe chama
Ser feliz é apenas o resumo que se clama

Aos que simpatizam não me levem a mal,
Mas não vinculo comportamento a peça de metal,
Se estou junto com ela é pra ficar na moral
Não é prata nem ouro que me farão agir como tal

Esse passo na vida pra quem não curte monogamia,
Não é recomendado sob pena de passar agonia,
Precisa muita de estrutura pra interagir com o adverso,
Mas quando vale a pena, o resultado justifica o controverso

Tomara que seja este também o seu caso,
Como parece digamos que acontece comigo,
Conhecer alguém com quem diria que me caso,
Mesmo que sem saber isso já tenha talvez acontecido

Mas sem essa de perturbar o meu dedo,
Deixo minhas articulações fora desse rolo,
Isso abre espaço pra coisas que me dão medo,
E expor à toa relacionamento somente sendo um tolo...

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Operação Cafofo II

Até que o sofrimento nem foi tanto,
Para conseguir enfim escolher um canto,
Garimpando com o critério que me é peculiar,
Encontrei um cafofo que parece legal pra morar

Como todo imóvel que já foi alugado,
Tem um ou outro ponto a ser ajustado,
Mas é muitíssimo bem localizado,
Tem tudo perto e a pé posso voltar alcoolizado

Agora é passar pra fase mais complicada,
Pra que exigem da gente tanta papelada?
Vamos reunir o que nos pede a burocracia,
E torcer pra minha paciência demonstrar supremacia

E começar aquela parte de pura viagem,
Onde se começa a imaginar a paisagem,
Qual é a cor que ficará legal na parede,
Ou onde ficará o gancho pra pendurar a rede

Mesmo sem ainda ter nada definido,
Só pelo puro e simples exercício do devaneio,
Tomara que por ali não tenham recebido,
Muita proposta assim facilita nosso anseio :)

Operação Cafofo

Seguindo na vibe da nova missão,
Pesquisar virou febre até a exaustão,
Sem contar o visitar pra poder sentir,
Se o lugar é legal ou melhor desistir

É preciso unir o custo com o benefício,
E não será assim com qualquer artifício,
Salão de festa e piscina todos eles tem,
Mas pra me convencer não é só isso que convém

Quero ter pra morar o mínimo de tranquilidade,
De chegar e sair com alguma facilidade,
Tambem poder dispor de razoável comodidade,
Mesmo que pra achar enfrente uma certa dificuldade

Não adianta morar numa casa maravilhosa,
Se a vizinhança for simplesmente calamitosa,
Bem como alugar um verdadeiro ovinho,
Por ser legal o bairro ou estar bem novinho

Enquanto a busca segue vamos nos divertindo,
Uma hora a gente acaba enfim conseguindo,
Montando finalmente nossa base três,
E de quebra um espaço pra receber vocês ;)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Um triênio de bobagens

Segundo a informação do calendário,
Hoje é dia de um singelo aniversário,
Três anos que pego o sério e o imaginário,
E os tento organizar no plano literário

Missão nem sempre simples mas deveras divertida,
Me faz deixar a mente constantemente intuitiva,
Pois devido as regras da minha louca construtiva,
É evitado o uso de palavra repetida

E assim consegui gerar algumas risadas,
Só uma já teria me feito completamente feliz,
Também possuo histórico de lágrimas derramadas,
Nem todas de propósito mas causei quando os fiz

E assim versando tenho prosseguido,
Não sei se agradando venho conseguindo,
A função deste exercício é puro entretenimento,
Sem a pretensão externa de qualquer reconhecimento

Mas quando acontece acho bem legal,
Significa então que não me divirto mal,
E que apesar de me definir como de exatas,
Interajo além do binário e outras fórmulas chatas

Já me cobraram a confecção de um livro,
Gostei da idéia mas ainda falta o crivo,
Se é pra juntar as bobagens e outros tormentos,
Vou esperar chegar a postagem numero trezentos

Falta pouco de acordo com a contagem,
Fico me perguntando sobre a tiragem,
Pensar em mais de dez seria muita ostentação,
Quem sabe uns três resolviam a minha situação... ;)

Obrigado aos que perdem seu tempo comigo,
É uma honra saber que por ti fui lido,
Espero não causar sensação de tempo perdido,
E hoje pra comemorar, é por conta de VOCÊS o pedido!


quarta-feira, 11 de maio de 2016

O crack do agiota

Me responda honestamente:
Você acha bom recorrer ao agiota?
Então diga bem sinceranente:
Por que faz essa coisa idiota?

Sabendo que o "alívio" é temporário,
E a cobrança será extremamente alta,
Se não te levar ao setor funerário,
Deixará seus recursos em grande falta

Já se sabe há seculos que isso vicia,
Bem como a forma como se alicia,
Oferecida com ares de pseudo solução,
Trazendo ocultas angústia e perturbação

O argumento do uso numa emergência,
Se perde no comprovado indice de reincidência,
Fosse assim até aceitaria-se pedir ao banco,
Que também extorque mas parcela o pranto

O problema é de pura questão de conceito,
Enquanto se convencionar que ele é o jeito,
Nunca se sairá desse túnel cada vez mais estreito
O que pra ele nada mais é que o mundo perfeito

A diferença entre ele e o entorpecente
E que um vai dizimar sua conta corrente,
E o outro acabará rapido com a mente,
Mas o poder de destruição é equivalente

Te assaltando de modo indecente,
Pilha a saúde te deixando doente,
Sem uma reação que seja eficiente,
O prognóstico já se sabe infelizmente

Para os dois o caso é de básica consciência,
Não quer sofrer então ignore essa indecência,
Além de ajudar a acabar com a violência,
Dará a auto estima um pouco de referência

Sim, Está dificil viver com dignidade,
Enfrenta-se um momento de grande dificuldade,
Mas se não agirmos com a devida responsabilidade,
Será impossível viver nesta sociedade

A água não discute com a pedra; ela a contorna,
Seja aquele que excede à regra; que não se conforma,
Tá dificil por um caminho, façamos um novo,
Pois como diz o pergaminho: Todo poder emana do POVO....

terça-feira, 10 de maio de 2016

"Textão" de sacanagem...

Uma das coisas mais lamentáveis que já ouvi
E testemunhei, portanto o depoimento é fiel,
É de gente que não lê nada do que escrevi,
Por considerar longo olha que coisa cruel

Não somente comigo afinal somos vários,
Escrevendo há milênios e por isso contrários,
A esse tipo de pensamento que desafia a cultura,
Afinal como se enriquece esta classe de criatura?

É de se concluir então que não leia um livro,
No máximo uma revista com fofoca ou figura,
Deve achar biblioteca um ambiente nocivo,
E preferir cameras confinamento e provas numa estrutura

Imagino que o tipo de pessoa como esta,
Que sem poder de opinião nada contesta,
É aquela que recebe o politico com festa,
E tenta normalmente lamber o sorvete pela testa

Fico até na dúvida se lamento ou agradeço,
Afinal pode ser um livramento que mereço,
Não ver uma idéia submetida ao apreço,
Daqueles que não te assimilam não tem preço...

As Pontes que nos facilitam

Demorei um pouco mais que de costume,
Pra definir em mim como isto se resume,
Mas acho que recuperado agora consigo,
Mesmo estando de coração bem abatido

Não podia me abster de deixar uma mensagem,
Tentando nesta lhe fazer singela homenagem,
Eternizando de uma forma sua trajetória,
Que só quem gosta guardaria na memória

Fostes de tudo mesmo do seu jeito,
Gozava por onde ia de bom conceito,
Tinha a maternidade tatuada no peito,
Embora sofresse sobre este respeito

Em suas opções conheceu muita gente,
Viveu na parceria uma era contente,
Mal saberia o que acontecia realmente,
Mas a verdade aparece inexoravelmente

E apesar de ser a mulher guerreira,
Que ficava na cozinha a noite inteira,
Ou enchia de coisas aquela geladeira,
Bancando quantas vezes o rateio da saideira

Quis o destino lhe infligir com a solidão,
Justo no auge daquela triste aflição,
Causada sabemos pela grande desilusão,
De não poder esperar algum tipo de solução

E não suportando o corpo respondeu,
Infelizmente o resultado que se sucedeu,
É que mesmo com tudo que você deu,
QUASE todo mundo a sua volta desapareceu

E sei que isso em muito lhe doía,
Tinha nesse meio quem não poderia,
Em função do compromisso que assumiria,
Abandonar-te da forma como então faria

E mergulhada nesta descendente espiral,
Foi cruelmente requintado seu capítulo final,
Esquecida e aturdida pela vida em um canto,
Fez sua passagem sem um colo para ultimo pranto

E contrariando minha plausível expectativa,
De encontrar pro adeus os irmãos em comitiva,
Não imagino com eles o que foi que aconteceu,
Mas do seu barracão o único a estar presente...foi eu.

Descansa aí, relaxa que um dia tamo junto,
Faz parte essa pausa pra arrumar o conjunto,
E nos dar uma visão melhor da realidade,
Pra ajudar a melhorar na espiritualidade

Seu exemplo pra mim ao menos será útil,
Sua estória não terá sido portanto em vão,
Já aprendi de primeira ser simplesmente inútil,
Valer o que se é dentro daquela organização

Até breve minha doce querida,
Que tenhas completado a pior fase,
E evoluir não te traga mais ferida,
Sendo a alegria eternamente a sua base...

terça-feira, 26 de abril de 2016

Padrinho é o CACETE

Você quer o meu e tem que estar raspado,
De preferência cheiroso e ainda arrumado,
E não pode ser simples o meu penteado,
Nem sequer o cabelo estar para o lado errado

Já definiu a cor do que devo vestir,
Bem como o lugar onde terei que ir,
Sem contar certamente onde vou ficar,
E obviamente como deverei me comportar

Por via das dúvidas farei um lanche,
Não sei se terei direito a uma água,
Mas não se preocupe com uma revanche,
Nem que isso venha a causar alguma mágoa

Continua valendo a tese da consideração,
Na qual a marca presente é a sua intenção
Te assistindo sob a influência determinante da emoção,
Interajo sob protestos com a tua confusão

Está sendo bem útil este curioso treinamento,
Estou anotando detalhadamente todos os seus passos,
Para que não fique furioso no MEU casamento,
Já sei um monte do que não farei nos meus laços

Pode ficar tranquila que você estará lá,
Tão exuberante quanto a SUA criatividade deixar,
Mesmo que demore eu posso te alertar,
"Faltam dez anos, é melhor se preparar"

Essa neurose para que saia tudo perfeito,
Só pode ser coisa de cerebro com defeito,
20 meses antes recebendo um monte de aviso,
Só podia mesmo ser pra causar-me colérico riso

Voltando a nossa insana realidade,
Não vejo a hora de comemorar o seu,
Pois com toda a minha sinceridade,
Eu preciso acreditar que no fim...valeu

Ai de alguém que diga "um isso",
Deste evento como um todo,
Vou virar no samurai catiço,
Vai voltar pra casa sem bolo

Depois de todo esse louco sacrifício,
Cairia bem um set de fogos de artifício,
E chancelar esse episódio com carinho,
Pra NUNCA MAIS cair nessa de padrinho...

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Tá mais facil matar o dragão...

Como se já não bastasse a tragédia,
De ter que ir andando por não ter dinheiro,
Me aparece uma onda fazendo média,
Mostrando nosso fracasso ao mundo inteiro

Agora nem pedalando dá mais pra ir,
Tenho até medo do que ainda pode surgir,
Quando não é tiro trazendo problema,
É a natureza revelando o repugnante esquema

Meus pêsames aos parentes das vítimas diretas,
Já que indiretamente todos caímos naquela hora,
Que transformemos a calamidade em atitudes concretas,
Gostaria de ver alguma mudança antes de ir embora

No mais é pedir proteção a força maior todo dia,
Pois infelizmente só aumenta a nossa agonia,
Eu acreditava que ela em breve diminuiria,
Mas depois dessa a minha tese desapareceria...

Vida de gado

Depois do tempo para eclosão,
Finalmente chega ao ápice a missão,
Transformar a mente da população,
Através da filosofia do grande irmão

Triste ver que não foi sequer difícil,
Tal qual a destruição por um míssil,
Dizimando milhões como numa lobotomia,
Deixando-os acéfalos em constante histeria

Melhor talvez fosse os levando a morte,
Mas a real intenção lhes nega tal sorte,
A cada um que cai nessa rede insana,
É mais uma alma que gera mais grana

Seria maravilhoso se parasse neste ponto,
Poderia almejar que o sofrimento teria um fim,
Mas pra variar infelizmente me desaponto,
Sair da idiotice não seria tão simples assim

E como um vírus que escapa do laboratório,
A mania de exibição foi da casa ao escritório,
De mãos dadas com a sede por observar,
Dos que mesmo sem saber abrem a boca pra falar

Seja numa versão caseira ou portátil,
Todos querem a maldita atenção coletiva,
Hoje em dia um vídeo ou foto atinge fácil,
Mais votos que seu vereador na assembleia legislativa

Sem discernimento ou qualquer critério,
Daquele que divulga ou do ávido espectador,
Pode ser uma foto sorrindo num cemitério,
Ou coisa que assustaria até os sem pudor

Contanto que seja visto por um monte,
Tá valendo até empurrar a mãe da ponte,
O negócio é se sentir digamos inserido,
Num grupo onde só o retardo faz sentido

Entre risos da certeza de ser mal intepretado,
Vou deixar os incomodados logo avisados,
A visão não é a todos indiscriminadamente direcionada,
Seria em tese aos que usam de forma exagerada

Não tendo culpa da falta de noção de vocês,
Só me resta lamentar por seus descendentes,
Que já continuam como as bolas da vez,
Agindo como pessoas completamente dementes

Afinal essa lavagem cerebral tem 16 anos,
Tempo suficiente para pragas se reproduzirem,
Pena que castração não estava nos planos,
Teria evitado de grandes besteiras evoluirem

Já que a inteligência não se mostra eficaz,
Talvez um choque de ordem tenha efeito,
Se do raciocínio e bom senso és incapaz,
Faz sentido a qualidade do seu conceito

Mas haverá sempre luz enquanto houver resistência,
Nem só de imbecis e confinados é feita a vida,
Apesar das alegorias e rebolados tem insistência,
A parcela que estuda e lê sem se deixar ser iludida

Só resta torcer pra pelo menos empatar essa partida,
Pois está clara a nossa incômoda desvantagem,
Mas vamos nos recuperar nessa corrida,
Precisamos dar ao futuro uma nova imagem...

sábado, 23 de abril de 2016

Pra que logística?

Observando nossa vida cotidiana,
É facil perceber como é por vezes insana,
Fazemos coisas sistematicamente sem sentido,
Como se orientação para evitar não nos tivesse havido

Quer coisa mais louca que troca de turno em escola,
Onde toda a falta de bom senso nos assola,
Por quererem todos alegar sua prioridade,
Na hora de buscar ou deixar seus rebentos com celeridade

Não seria bem mais fácil usar a inteligência,
Na hora de ministrar esta sagrada diligência,
Combinando previamente com o estabelecimento,
Evitando assim dessa loucura o prosseguimento?

Que tal diluir o acesso de acordo com a idade,
Ou outro indexador para esta finalidade,
Desde que assegurasse a sonhada agilidade,
Qualquer um seria bem vindo a esta  possibilidade

Acho que entrando ou saindo gradativamente,
A dinâmica seria bem mais eficiente,
Sem contar que me parece mais coerente,
Do que a prática adotada atualmente

Que tal procedermos em prol dos nossos,
Para que não se perpetuem estes ossos,
Nem é dificil basta ter alguma vontade,
Agir direito precisa apenas de certa hombridade

Aos que vivem esta cansativa realidade,
Recomendo considerar esta humilde possibilidade,
Se pudermos colaborar em comunidade,
Que tal melhorar o trânsito da nossa cidade?

Eliminamos do processo todo o perigo,
Evitamos do guarda o temido castigo,
Recuperamos a paz que se havia perdido,
E lembramos que o tempo ainda pode ser nosso amigo....

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Cidade Calamitosa

É uma cidade desesperada,
Sem um dinheiro despreparada,
Ninguém consegue ver solução,
Pra reverter tal situação

Chegou-se enfim ao tal fim do poço,
Que diga então aquele triste moço,
Andando a pé por não ter passagem,
Na longa estrada e não é miragem

A cada dia uma nova agonia,
Chegou a vez da aposentadoria,
Cá entre nós uma covardia,
Deixar sem pão quem contribuía

E isso tudo é só o começo,
Tenho certeza que não mereço,
Mesmo que tenha votado errado,
Tinha a justiça que estar do lado

Daqui a pouco vem o hospital,
Deixando só a quem passa mal,
Já vem capenga há muito tempo,
Mas vai parar com o atendimento

Se me contassem pra tras um pouco,
Eu gargalhava achando louco,
Chorando agora olhando em frente,
Vejo um futuro bem deprimente

Mas fiquem calmos vem tocha aí,
Com feriado dá pra curtir,
Todos na estrada pra Saquarema,
De patinete naquele esquema

Olha que lindo tão diferente,
A via lagos cheia de gente,
Carrinho de feira ao sol nascente,
Ruim pro pedágio bem descontente

Fazer o quê se for esse o jeito,
Graças ao estado e o prefeito,
O meu lugar perdeu o conceito,
Vou procurar ver como me ajeito

Pois cada um na sua ocupação,
Faz seu estrago na proporção,
Não me esqueci lá daquela viga,
Ninguém responde mas alguém liga

Tomara que ainda tenha como,
Voltar ao tempo do bom rei momo,
Onde se tinha a dificuldade,
Mas se mantinha a felicidade

Que esse momento seja lição,
Pro povo todo desta nação,
Esse é o saldo da má gestão:
Cobrando o preço da nossa omissão...

quinta-feira, 31 de março de 2016

Sério que é outro aniversário?

Outro ano passou e não notei,
Devia estar provavelmente distraído,
Entre as várias aventuras que passei,
Pelos quatro cantos por aí contigo

Traço marcante da sua personalidade,
Entreter com inebriante variedade,
Contigo é inútil esperar por monotonia,
O que vais aprontar é que confere cor ao dia

Só quem vive sabe do que trata,
Da corrente embolada com pulseira de prata,
Do transporte urgente que só ela contrata,
Ou da defesa absurda a uma única barata

Quando se espanta já é tudo de novo,
Nem acordei e já quer pão com ovo,
Tenta me convencer mas não me comovo,
Vai passar o dia inteiro falando com o povo

Mas antes que algo disso aconteça,
As vezes tem a chata dor de cabeça,
Que cessa pouco antes da natação,
E volta logo depois da malhação

Por isso achava que tinha sido outro dia,
Que te encontrava e embevecido sorria,
Não percebi o intervalo que o tempo construía,
Só pra tradicionalmente indexar a forma como agia

Então tá, deixa ele contar do jeito dele,
Prefiro trabalhar com um método meu,
Comemoramos mais um ano segundo ele,
Ou apenas um momento em nosso lidar segundo eu

De qualquer forma é data pra se enaltecer,
Sua vida e trajetória desde o seu nascer,
Não se sabe o que ainda tem pra acontecer,
O fato é que estarei lá pra poder ver...

terça-feira, 29 de março de 2016

Deixa as garota brincar...

Eu tava ali tranquilo e calmo,
Um evangélico diria que li um salmo,
O maconheiro que fumei um palmo,
Um atirador que acertei bem no alvo

Quando repentinamente ela me olha,
Dizendo que precisamos conversar,
Nessa hora a calça quase que se molha,
Mas num tom de seriedade a deixei continuar

Vai saber o que se passa naquela mente,
Só me restava aguardar pacientemente,
Pela notícia que sugeria ser meio urgente,
E ver o que dava pra se fazer posteriormente

Segundo o que pude extrair do seu relato,
Este parecia deliberar baseado em um fato,
Cujo pleito eu aceito e a incumbência acato,
Resta saber qual destino: a cidade ou o mato

Tenho experiência de sobra no tema,
O que me faz de evitá-lo quase um lema,
Mas não posso impedi-la de querer entrar em cena,
Só me sobra tentar protegê-la de problema

E pensar positivo que vai ser muito legal,
A tendência é normal para todo casal,
Que resiste ao tempo e ainda junto caminha,
Uma hora é querer brincar dessa tal de casinha

Vai começar a temporada de caça ao teto,
Tarefa a qual me entrego com todo o afeto,
Conciliar o que se deseja com o que dá pra pagar,
Vamos andar um pouco até achar onde morar

Tá legal tudo bem faz parte da brincadeira,
Vou torcer pra encontrar logo uma toca maneira,
De preferencia com espaço pra churrasqueira,
Ou pelo menos perto de uma chopeira

Quando souber onde ficará minha nova base,
Aviso aos amigos sobre esta nova fase,
Até lá para quem quiser sugerir um pouquinho,
Batizo então este evento como "operação cantinho" :)

segunda-feira, 28 de março de 2016

O "fato de fotas"

Uma semana se passou,
Você pensando que eu tinha esquecido,
Sinto muito mas se enganou,
Foi só pra absorver o acontecido

É tanta alegria pela sua felicidade,
Que as vezes custa a figurar como realidade,
Sabemos que tal sensação na atualidade,
Consta frequente na triste lista da raridade

Mas também detemos de fonte segura,
A origem de onde seu momento figura,
Então para nós é só questão de tempo,
Pro abraço e o copo voltar a ser acontecimento

Até lá desejo um ótimo entretenimento,
Sei que isso nem precisava mentalizar,
Manda um xêro pro seu relacionamento,
Ela sabe que invariavelmente vai ter que me aturar

Nem tudo serão flores,
Lidar com percalços faz parte,
Bem como aprender com as dores
Acho que já fizemos disso uma arte

Fica na paz pequeno felino,
Coloca a chancela e mostra a que veio,
Tu é cabra home num é um menino,
Se depender dos amigos NUNCA terá aperreio

Em caso de problema ou outro anseio,
Quem sabe uma picardia ou devaneio,
Vamos com tudo parceiro, o ano inteiro
Um abraço do Anjo, do Rio de Janeiro...

quinta-feira, 24 de março de 2016

ESD4

Sabe quando sua vida parece estável,
Seu salário atinge um patamar agradável,
Em seu trabalho geras um retorno louvável,
Num universo digamos "perfeitamente" habitável?

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Era uma vez um ambiente,
Chamado de sonho por muita gente,
Que além de ter um salário atraente,
Tinha um campo bem abrangente

Menina dos olhos da comunidade,
Melhor empresa daquela localidade,
Fonte dos desejos de qualquer diretoria,
Chovia currículo, afinal quem não queria?

Lugar pra se entrar e seguir carreira,
Nem que fosse pra começar de faxineira,
De acordo com o peixe então vendido,
Só dependia do ingresso ser bem sucedido

O que até certo ponto seria um fato,
Se desconsiderarmos o quesito competência,
Pois mesmo não constando no contrato,
Seria recomendável que se agisse com coerência

E assim muita gente ali apostaria,
Jurando que o seu futuro asseguraria,
Já que a lógica perversamente sugeriria,
Que uma vez ali nada de mal lhes aconteceria

Como de praxe acontece com o ser humano,
Relaxaram ao sentirem-se confortáveis,
Mal saberiam que as dores deste ledo engano,
Um dia lhes seriam bem desagradáveis

Pois como em todo bom paraíso,
Sempre tem um querendo testar o seu juízo,
E pra variar também tem um imbecil,
Pra padecer e se corromper de modo senil

Sem contar que um dia a bolha estoura,
Nenhuma inconsistência será duradoura,
Se a correção não vier de pá e vassoura,
Virá certamente munida da temível tesoura

Por isso quando menos se esperava,
Toda a estrutura então desmoronava,
Do conto de fadas onde se trabalhava,
Incredulidade e lágrimas foi o que sobrava

Nem a chance do adeus foi permitida,
Tal qual a tragédia quando é acontecida,
Onde a continuidade é subitamente interrompida,
Sem o preparo sequer de uma honrosa despedida

O projeto infelizmente se acabou,
Junto com a esperança que propagou,
E para quem nele fielmente acreditou,
O pesadelo agora tristemente começou

Ontem éramos todos um só,
Agora não tem mais ninguém,
A garganta chega até a dar um nó,
Dali sustentavam-se mais de cem

Encontrei um colega outro dia na rua,
E o perguntei de maneira bem tímida,
Ele me respondeu a verdade nua a crua:
- Entre o dinheiro e o respeito acabou a química...


quinta-feira, 10 de março de 2016

Dias de Intolerância 3

A melhor parte de adquirir experiência,
É que não se precisa mais ter paciência,
Com tanta palhaçada e igual negligência,
Nem a pretenção de agir com indulgência

Eles não pretendem mudar seu estilo,
Nasceram e pelo jeito morrerão naquilo,
Por mais esforço que faças para interagir,
Não será muito o que virás a conseguir

Então relaxa e ignora,
Seu humor não vale o preço,
Você vai ter a sua hora,
Desse jogo infelizmente conheço

O problema de reagir está no efeito colateral,
A vontade é mandar pro espaço sideral,
Mas por ética e respeito ao pessoal,
Deixa-se a idéia só no campo intencional

Pois nem todos ali incitam dessa forma,
Como toda regra tem quem não siga a norma,
E por esta vale considerar engolir o sapo,
Mesmo sabendo que vai encher em breve o saco

Escolha algo que goste e concentra nisso,
Faz dessa fuga seu rito e da paz o compromisso,
Pois se não tem jeito e a galera te irrita,
Entra no jogo senão a coisa complica

E isso não pode macular o precioso,
Aquilo que faz seu mundo mais gostoso,
Então fuja deste sentimento perigoso,
Ele tem um comportamento pegajoso

Ainda mais tendo em vista a desnecessidade,
Não precisas lidar direto com essa realidade,
Deixa para quando tiver que haver a oportunidade,
E no intervalo viva na melhor tranquilidade...

quarta-feira, 9 de março de 2016

Até logo Tuiú....

É, pois é, estou daqui olhando a hora,
Lamentando o fato de decidires ir embora,
Mesmo sabendo qual a sua justificativa,
Fico pensando se não haveria alternativa

Coisa normal vindo de quem gosta,
Sei que pra essa inexiste uma resposta,
Se tivesse acredito que você abraçaria,
Em podendo ficar é claro que o faria

Mas relaxa, conheço onde fica o seu mato,
Quando der dou um vôo, esse é o trato,
Se concentra e não surta, só mudarás de lugar,
Pra vencer essa guerra ainda tem muito pra lutar

E por este sacrifício torço muito pra valer a pena,
Especialmente por saber seu amor pela pequena,
Pra nossa saudade já inventaram o telefone,
Se não quisermos, da memória ninguém some

Pois do coração será impossível apagar,
As lembranças do pateta a gargalhar,
Ou das vezes que fiquei sem almoçar,
Esperando acabarem as notas a lançar

Bem como de outras estórias hilárias,
Que se resolvesse listar eu teria várias,
Todas tendo como pano de fundo a amizade,
Fato que no meu caso será pela eternidade

Vai, segue seu destino e vê o que dará,
Daqui a torcida é que tudo de bom evoluirá,
Mesmo sem ter idéia de como isso será,
Vai dar certo e boas notícias é o que terás

A qualquer momento que precisar,
Sabes o jeito para me encontrar,
Com nosso histórico de intimidade,
Nem a distância interfere na continuidade

Fica logo rica afinal quero passear,
Passando por aqui vem me visitar,
Pode vir com "elas" que irão se comportar,
Não prometo "tadeu e tadano" mas o resto posso arrumar

Um beijo grande estalado e carinhoso,
Se cuida aí que tem bicho venenoso,
Mas nem todos vivem dentro do mato,
E sabes bem que o este aviso é um fato...

Abaixo o dia da mulher!

Minha nobre colega me desculpe a franqueza,
Mas não pretendo por este dia parabenizá-la,
Farei de tudo para explicar com a maior clareza,
A fim de evitar o risco de assim magoá-la

Acontece que não vejo sentido em tal evento,
Pois ele sugere sua síntese em um breve momento,
Como se merecesses aplausos só por 24 horas,
E o resto do tempo simplesmente ignoras

Considero inaceitável tamanha hipocrisia,
Sua bandeira é hasteada todo santo dia,
E nela se lêem todas as suas qualidades,
Logo deveriam ser todos de festividades

Pois segundo o projeto somos eu e você,
Cada um de acordo com uma finalidade,
Nos combinando para assim sobreviver,
Ao menos em teoria, segundo a atual diversidade

Portanto ou dividimos o ano pela metade,
E você pega o pedaço de sua preferência,
Ou usamos o bom senso e a realidade,
Agindo enfim com a esquecida coerência

Até por que, vives me falando sobre igualdade,
Mas nem sempre pareces desejar tal paridade,
Não te vejo tão interessada por exemplo,
Na hora de carregar um saco de cimento

Sei o motivo do seu óbvio desinteresse,
O propósito da sua criação não foi esse,
Assim como o meu não foi possuir seios,
Por isso temos diferenças em nossos anseios

Por esta mesma razão eles se completam,
Como sugerem em filosofia os planos,
Pelo simples fato de que nos contemplam,
Por sermos nada além de seres humanos

Logo temos doze meses para homenagens,
Posso ficar com a noite e te deixar o dia,
Ou quem sabe pararmos com essas bobagens,
E nos enaltecemos pela nossa bela parceria

De qualquer modo espero que tenhas me entendido,
Por descartar em sua referência a idéia de unidade,
Só quero poder evidenciar por um período estendido,
Seu direito e mérito ao elogio e consequente felicidade...


sábado, 5 de março de 2016

Sad but true

Ele era tudo o que você necessitava,
Mas que infelizmente não percebeu,
Só deu conta que a pedra deslizava,
Depois que o morro inteiro ela desceu

E nada havia mais a se fazer,
Foi extinto por inanição o querer,
Por pura hipocrisia trocaste o prazer,
Pela estranha preferência ao sofrer

Entre o que se precisa, merece, e quer,
Seu pacote parecia bem consistente
Mesmo havendo uma ocorrência qualquer,
Seria fácil de resolver de modo consciente

As vezes é bom receber um pouco de carinho,
Mesmo sendo acostumado com o espinho,
No intuito do sentimento construir algum ninho,
É incrível a positividade a fim de criar o caminho

Desnecessário ter sido assim é triste saber,
O sucesso dessa estória era fácil manter,
Bastava preservar o mínimo para se conviver,
Do jeito que vocês quiseram ao se conhecer

Porém nem o elementar conseguiste fornecer,
E a esta deficiência ainda negaste o reconhecer,
Mesmo à beira do abismo tiveste a chance de recomeçar,
Mas a disperdiçaste toscamente ao invés de aproveitar

E hoje vive o ostracismo da ruptura,
Sobre os escombros da demolida  estrutura,
Vendo subir um novo empreendimento,
Com aquele que já foste o seu cimento

E cuja sombra sempre lhe trará a dor,
De saber que ali sobreviveu um amor,
Que não se rendeu ao intenso dissabor,
E encontrou outro lugar pra plantar uma flor...

sexta-feira, 4 de março de 2016

Hora do Back

Por mais absurdo que pareça,
Há uma lógica que esclareça,
A desnecessidade que eu mereça,
Um minuncioso exame de cabeça

Mas se me perguntassem agora,
Sobre a idéia de voltar no tempo,
Responderia "Claro!" na mesma hora,
Sem qualquer tipo de constrangimento

Trocar toda a evolução da tecnologia,
Por uma caminhada despreocupada,
Me faria sem dúvida uma grande alegria,
Especialmente poder voltar de madrugada

Já está mais do que provada a nossa involução,
Da inteligência não caminhamos na mesma direção,
Apenas a ciência seguiu na correta mão,
Recuar seria uma realista forma de proteção

Nem saberia dizer qual o ponto ideal,
Creio ser um onde a vida era normal,
Ir e vir não era cogitado como risco,
No caso de se parar e comer um petisco

Ou onde os pilares do respeito fossem ainda sólidos,
Longe dos atuais constrangimentos melancólicos,
Fazendo da paternidade um caminho insólito,
Sugando a humanidade e banalizando o óbito

Entre o barulho da onda e o acesso a rede,
A perfuração da sonda e o côco matando a sede,
O smartphone apitando e o caminho ainda verde,
A democracia agonizando ou até a pé poder rever-te

Preferes seguir tentando ou posso comigo inscrever-te?

Pois ao que parece tenho tudo em casa,
Menos a elementar qualidade de vida,
Da minha cama converso com a NASA,
Mas tenho medo de bater papo na esquina

Não existe mais relacionamento interpessoal,
Que não passe pelo ambiente digital,
Ninguém conversa se não for conectado,
Mesmo que a pessoa esteja bem ao seu lado

Se isso fosse no século passado
Imagina o tamanho do problema,
Distraídos nem teriam nela reparado,
Os autores da garota de Ipanema

Se inexiste a capacidade para o uso,
Têm-se uma forte tendência ao abuso,
Tornando o convívio algo muito confuso,
Entre os que vêem o conceito de modo difuso

Então nesse caso melhor nivelar por baixo,
Voltar a um ambiente em que me encaixo,
Ir no pé e colher aquela fruta no cacho,
Não ter problema em ser chamado de macho

Pena ser isto apenas um triste devaneio,
Nada mal poder conversar e rir na praça,
É da alma um alarmista e gritante anseio,
De sobreviver ao caos atual com alguma graça...

Quem sabe antes do fim dos tempos,
Hajam novamente aqueles doces momentos,
Sem a necessidade de outra era do gelo,
Fica daqui meu reticente apelo...