sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Uma de amor

Dizem que um amor nunca morre,
Que em precisando se transforma,
Dependendo do processo que ocorre,
A adversidade ele apenas contorna

Ele não tem culpa da imprudência,
Muito menos então sobre a imperícia,
Não milita na área da aparência,
Nem precisa de estrutura fictícia

Sendo intencionalmente de cunho elementar,
Fica fácil pra ele portanto se adaptar,
Se acabou o churrasco e brasa está a queimar,
Não tem problema do carvão se apagar

Ele continua útil e seguindo sua missão,
Aquecendo o alimento ou adubando o chão,
Não importa qual seja a pretensa finalidade,
Para ele existir apenas é a real prioridade

Sendo assim se um dia você esteve incandescente,
E acredita que perdeu-se a razão para tal,
Procure ver se o que te acende realmente,
Seria o mesmo que lhe causou este mal

Caso seja esta a constatação obtida,
Creio que estejas no caminho errado,
Essa filosofia não é para ser adquirida,
Pois no kit da vida ele nem vende separado

A capacidade de gostar sempre esteve aí dentro,
E você sabe disso desde o nascimento,
Bem como da eventualidade da metamorfose,
Que potencializa ou cristaliza mas nunca gera necrose

Tal qual a energia que não se cria nem se perde,
Ele apenas vai atendendo àquilo que se pede,
Já vi promessas eternas virando risadas gostosas,
Lembranças com carinho e menções honrosas

Pega esse monte de sentir e faça algo inusitado
Mostre ao espelho sua tática de reciclagem,
Talvez seja o caso de ainda não ter notado,
Mas tá cheio de flor precisando de uma jardinagem

E se nada até agora lhe fez refletir,
Tenho uma pergunta antes de ir,
Se pelo futebol és capaz do que fazes,
Por que do coração não aprendestes as bases...?


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