quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Operação Cafofo III

É um momento de uma certa incoerência,
Pois tudo que menos importa é a aparência,
Até porque, nada é o que ali tem existência,
Pelo menos enquanto não vira uma residência

Está todo cheio de poeira ou imundo mesmo,
Já se imagina a trabalheira pra deixar limpo,
Fica-se perdido naquela zona olhando a esmo,
Enquanto um peteleco derruba a traça subindo

Ao mesmo tempo do chão ao teto,
Surge uma inspiração quase mediúnica,
Baixa na pessoa uma espécie de arquiteto,
Que sai tendo idéia da parte seca à úmida

Seu novo templo é a loja de construção,
Onde você passa a conhecer melhores amigos,
E sai lotado de itens adquiridos em prestação,
Jurando que não precisará de novos artigos

Coisa que não chega a durar sequer a página dois,
Basta descarregar a mala que o "suporte" vem com uma lembrança,
Daquelas que nem dá pra deixar para depois,
E daquele desencontro com o LIS te tira a esperança

Mas tá valendo afinal a causa é nobre
É só ir com calma que a coisa funciona
Não pode faltar mesmo que também não sobre
Ver o projeto seguir é o que te impulsiona

Entrar pelas madrugadas escolhendo cor
Decidindo qual tipo de móvel e onde por
Exercitando a arte do conceder e do se opor
Na doce parte do ambiente a se compor

Enquanto nessa aventura estou no começo
Da ordem das travessuras então eu obedeço
Posso lavar a casa toda com a mangueira
Menos a escada, que é toda de madeira

Ou quem sabe ficar completamente nu no terraço
Já que temos para isso ali um atraente espaço
Tem alguma coisa a se pensar para a varanda
Mas ali com parcimônia pois na frente gente anda...

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