sexta-feira, 4 de março de 2016

Síndrome da Indexação maldita

Tanta coisa boa...e tem gente que faz isso...

No shopping sentado na praça,
A diversidade feminina fascina,
E intriga sobre qual será a graça,
De indexar alguém pela melanina

Tema batido e exaustivamente discutido,
Mas que espanta por não ter sido exterminado,
Que aliás nunca deveria ter nem existido,
Como pudemos tê-lo negligentemente continuado?

Qual a dificuldade em fazer como o sistema,
Que apenas processa o dado sem saber o dilema,
Ignora a cor e faz de você dentro dele um pulso,
E responde a solicitação sem qualquer ato repulso

Se não quiser admirar apenas lide,
Sobre este comportar o bom senso incide,
Basta respeitar o que lhe é apresentado,
Pois deste modo ele foi então criado

Para seus olhos aquilo parece uma moita,
E infelizmente com a boca você açoita,
Vejo apenas alguém usando seu direito,
De se ver e viver de acordo com seu jeito

Mesmo caso do pobre exemplar sem culpa,
De ter traços e braços que o mundo disputa,
Condenada por ti ao exílio na futilidade,
Por conter na silhueta o desejo da sociedade

O que dizer então daquela alva figura,
Na escada rolante qual uma divina criatura,
Toda de branco cabelo ruivo esvoaçante,
Na sua ótica apenas uma vela ambulante

Nada contra a idéia de se ter preferência,
O problema aqui é questionar o preconceito,
Que permanece insultando com sua indecência,
Deixando a convivência num estado rarefeito

Vai pegar uma caneca a zero grau na promoção,
Se deixa levar pelo vai e vem da multidão,
Aprecia aquele quadril e a sua vasta utilidade,
E vê se aprende a viver em paz com a biodiversidade...

Bruno Anjos

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