segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Plenitude

 Começou descobrindo desde cedo

Que as coisas não são como se gostaria

Tendo que aprender a administrar o medo

Mesmo sem ideia de como isso se faria


Sem ajuda mas tendo a boa intuição 

Teve êxito em achar uma saudável diretriz

Sempre em luta com a interna opinião 

Mas conseguia se sentir de algum modo feliz


Mas o tempo sabia daquela fiel realidade

E que sua história não era tão simples assim

Pôs em cheque toda a sua estabilidade

Para estimular sua capacidade enfim


E toda a sua percepção então mudou

Coisas relevantes passaram a ser fúteis 

A maturidade lhe disse para quê chegou

Com verdades e recomendações bem úteis 


E com toda essa nova gama de informações 

Decidiu concretizar uma série de reformulações 

Poderia ter ido além nestas sensatas operações 

Mas ainda não era capaz de deixar certos corações 


Mas tendo seu prol, do destino a alcunha

Veria o germinar da semente do seu progresso

Se fazendo portanto de um sucesso a testemunha

Vendo como pode evoluir, em seguindo o processo 


Depois de muito procrastinar e ser reticente 

Finalmente partiu do passado o último elo da corrente

Segue enfim, livre em seu pensamento coerente

Pois da boa fé, nunca deixou de ser Clemente 


Agora quer nada mais do que mereça ter

Já sabe daquilo que é plenamente capaz 

Um bom café e um belo sol a ver nascer

Quem sabe um sorriso a dois e o dia em paz...

Pareceu um Bocejo...

 Meu Deus, parece dia de semana

Onde o sono impera e só deixa a letargia

Mais uma vez minha mente me engana

Com alto requinte de displicente covardia


Como nos dias em que confiamos no despertador 

Para nos salvar do mundo do cansaço inebriante

Quando sabemos que o corpo tende a se opor

Mas acorda diante do barulho incessante


Ou ao menos assim deveria se comportar 

Pois era essa a nossa outra combinação 

Imagina se fosse em mim apostar

Com que cara ia me dar explicação 


Olhando o calendário cresce o espanto

Quase três anos se passaram novamente

Juro que não percebi que fora tanto

Como pude ter sido tão delinquente?


Ainda bem que ninguém me lê 

Assim não preciso sequer me explicar

Porém registro que, aqui não se vê 

Mas foi escrito, só esqueci de colecionar 


E tô de volta, agora pra ficar ;)

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Como diria Ivan...

 Vocês talvez não creiam no fato

Mas apesar de tanto tempo sumido

Nunca deixei me dominar por este hiato

Sempre houve algo nesta mente a ser escrito


O período não foi assim digamos dos melhores

Mesmo tendo obtido algumas doces memórias

Não foram simplesmente eventos pormenores

Eles decidiram e finalizaram vidas e histórias


Nesses três anos o mundo virou de pernas pro ar

Eu virei editor de uma promissora idéia de revista

Vi meu tio e meu sogro lamentavelmente me deixar

Numa pandemia com drama e nuance jamais vista


Assisti à morte prematura do meu dedicado projeto

Percebi com gratidão talvez ser outra a minha missão

Criar texto acho fácil: isso já é mais que algo concreto

Quem sabe seja o caso de apontar à uma nova direção


Também fui expectador da dança incessante da vida

Testemunhando importantes faces deste belo conceito

Entre o sagrado e a maternidade muita emoção sentida

Contrastando e deixando um alívio singelo no peito


Muita coisa aconteceu e de algumas tenho registro

Faço questão de trazer para cá, onde tudo comecei

Do resto, dando uma organizada no que administro...

Aviso aos que gostam de me ler que EU VOLTEI :)



terça-feira, 30 de outubro de 2018

Apnéia Racional

É inacreditável o tamanho da impotência,
Vendo-se pela perspectiva incapaz da iminência,
Assistir ao cruel relato da mente em anestesia,
Ante ao fato de não reagir contra a covardia

Não se poderia inquirir sobre coerência,
Haja visto que cresceu em um corrompido habitat,
Logo, foi impregnada desde a inocência,
E só agora esboça um pedido de resgate

Mas até nisso constitui-se um problema,
Pois a falta de pensamento ainda continua,
O que deixa o ato exposto a outro dilema:
Resolver internamente ou deixar que o socorro flua?

O que será mais adequado a quem não pode discernir?
Qual das formas terá melhor poder de atuação?
Como fazer para este episódio nunca mais surgir?
Quando se sabe que aquela é a melhor solução?

Enquanto isso, vagando entre os mundos,
Ao sabor apenas de um mero empurrão,
Ela pede asilo dos desgostos profundos:
Cuidado com o poder que você tem na mão

Sua intervenção poderá definir uma vitória,
O que podemos considerar pra ela como sorte,
Bem como perpetuarás em sua memória,
Se de uma desatrada ação resultar a morte

Em nāo querendo ajudar, não atrapalhe,
Já facilita enornemente o árduo processo,
Nem precisava explicar, mas não espalhe,
O anonimato também é útil no progresso

Tendo a plena convicção do que se faz,
E sendo isto um direcionamento para uma luz,
Maravilha: o que se quer é somente a paz,
Tanto para quem precisa como ao que conduz...

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Diário de um Roliço - 2018 Awards

Diário de um Roliço - 2018 Awards

Cara, se me contassem não acreditaria,
Nem em meu maior devaneio jamais diria,
Apostando certamente um dinheiro perderia,
Se viesse de uma cartomante eu gozaria...

Dia esperado por umas oitenta pessoas,
Ávidas por um parâmetro oficial de seus esforços,
Doidas pra ver no que deram as poucas e boas,
A que submeteram nesses dias seus corpos

De antemão pairava no ar uma pré satisfação,
Parecia um consenso independente do resultado,
Sem dúvida vinha esta do orgulho e gratidão,
De terem ralado até ali e também continuado

Chega o apresentador da noite, a Abelha em pessoa,
Feliz da vida ali em seu ápice profissional,
Cercado da gente em que sua capacidade ecoa,
Homologando em cada mente uma unidade funcional

Me senti na própria noite daquele outro prêmio,
Com direito a espectativa e várias categorias,
De estratégia motivacional ele é um gênio,
Multiplicando e distribuindo em todos as alegrias

Sem contar com as surpresas deste singelo evento,
Vindas elementarmente de onde não se espera,
Como constatar que apesar do controverso comprometimento,
Fui atestado com uma performance além do que pensei que fizera

Foi uma espécie de "toma distraído" da vida me catucando,
Dando aquele toque maroto sobre auto confiança,
Imagina se não tivesse fraquejado me boicotando,
Tia Lê ia ter que me aturar igual criança

Pois ainda assim, sem a menor pretenção,
Fiquei bem mais fino e na frente de um montão,
E achei um barato, vou dar a isso atenção,
Até porque agora a coisa mudou de visão

Como tudo que está "ruim" sempre pode "piorar",
Vem a cebowla no sapatinho e bota tudo pra quebrar,
Reclamava pra kct que a balança não queria mais mudar,
Perdeu quase 7kg e assim faturou o primeiro lugar

E se deu benzaço na perda de medidas,
Na qual faturei por sinal a terceira colocação,
Os dois felizes pelas metas não pretendidas,
E cogitando até rever as idéias de dedicação

Não que o método atual seja ineficaz,
Isso não procede e está mais do que provado,
É apenas pensando em quem vem atrás,
Na idéia simples ver o mais novo ajudado

É que inevitavelmente porém de modo positivo,
Você torna seu comportamento formador de opinião,
É preciso todo um cuidado de caráter prescritivo
Alguém aí consegue realizar EU, logo EU,
Dando conselho de alimentação???

Pois é, mas sou o cozinheiro lá de casa,
E os números disseram algo sobre isso,
Mas se contar no que nossa dieta se embasa,
Ou a nutricionista ou a Tia Lê me dão um sumiço

Nada ilegal ou proibido, descansem suas curiosidades,
Apenas um modo exclusivo de atender às necessidades,
Às vezes divulgados, como alguns devem lembrar,
Nem sempre certificados: por isso a "nutri" para orientar

O fato é: Se quiserem saber como eu fiz,
Digo tranquilamente mas não recomendo,
A fórmula sei que serve pra ME fazer feliz,
Pode ser replicada mas se der ruim só lamento

Tô felizão por vocês meninos e meninas,
É muito bom ver esse transbordo de auto estima,
Que contribuir seja constantemente nossa sina,
Para polinizar o bem que esta abelha nos ensina =)

E claro que isso não seria tão maneiro,
Se não tivesse na mistura o suporte feminino,
Tia Lê, sem você não teria este projeto um inteiro,
Ambos fazem da paixão pela qualidade um mimo

Comecei nessa empreitada gordo igual uma PET,
Mas após esta intervenção há um boato que circula,
Dizem que minha nova silhueta já tem quem diga que remete,
A uma coisa mais simpática, no caso, uma "pitchula"..... 8-)

#razamooohhh

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

O Diário de um Roliço - O dia do Lixo

Diário de um Roliço - O dia do lixo

Antes de mais nada, tem que ser brabo,
Pra botar a cara e dizer tudo o que se passou,
Tendo a iminente tendência à uma "comida de rabo"
Daquele fofo inseto que até aqui me orientou

Mas qual o sentido de uma relação se não houver sinceridade,
É preciso para nutrir a confiança que se aja com verdade,
E nesse ponto mesmo que não sugira maturidade,
Ninguém pode reclamar: tô destilando honestidade

E outras coisas que me surgiram engarrafadas,
Umas já sem tampa, outras com dosador mas todas bem geladas,
E também em quantidades igualmente exageradas,
Sempre acompanhada de uma iguaria engordurada

Teve churrasco, pão de alho,linguiça calabresa,
Salgadinho, acarajé, batata frita e vatapá,
Uma pizza e depois um x-tudo triplo de sobremesa,
Isso por ter sido só um dia para aproveitar

Caipira, com fruta ou sem nada nem açúcar,
Pois mesmo na farra temos que ter ética,
Cerveja, campari e whisky: amargo e sem ruga,
Só na primeira noite deixei a tentação cética

E finalizando este período insano de gula,
Aquela caipivodka ao cair do entardecer,
Afinal amanhã recomeça o agacha e pula,
Preciso estar em condições de me mover

Talvez uma leve letargia eu considere pertinente,
Afinal foi um trabalho todo elaborado na exaltação de Baco,
Mas foi só pra externar o quão estou contente,
E que este é apenas o começo: Sou capaz de muito mais e isso é fato

Sou réu confesso da picardia que me "deu na telha",
Por isso digo ao casal que sei que me lê,
Tô voltando mas vê se não me mata hein abelha,
De garrafa Pet a squeeze por confiar totalmente em você ;)

Diário de um Roliço - O dia da pesagem

Diário de um Roliço: O dia da pesagem

Não sei nesta data qual foi o meu maior drama,
Evitar me encher de líquido pra fazer bonito,
Querer me encharcar dele na forma de brahma,
Ou aguardar na vibe numa salada de palmito

Meu tão esperado momento de redenção,
Estaria agendado somente ao final deste dia,
E pra comemorar já tinha toda uma agitação,
Digamos que nos planos havia uma leve orgia

Nem passar o tempo podíamos daquele jeito,
Estava restrita a atividade física para então,
Senão ficava igual um hamster ou malhando peito,
Mas o corpo foi até onde pôde: estava encerrada esta edição

Horas passam, fim do prazo, chega enfim a minha vez,
Entre os pecados e resultados vou dizer a vocês:
Não tem preço se orgulhar de tudo que se fez,
Traduzido em perdas por todo o corpo e kilogramas em numero de seis

Agora dá licença que vou ali me intoxicar,
Pra desespero da abelha: quem mandou liberar?
Amanhã mando notícias, se conseguir acordar,
O dia tem 24h, acho que consigo aproveitar....

E já tem carne na brasa com whisky a me esperar.... 8-)

sábado, 20 de outubro de 2018

Diário de um Roliço - dia 19

Diário de um Roliço - dia 19

Acho que ontem stressei meu equipamento,
Como diria a clássica gíria da eletrônica,
Hoje vou descansar que sobrou um momento,
Nossa relação precisa ser bem harmônica

Só uma esteirinha de manha com abdominal,
Um pouco de perna e de leve peitoral,
Aquela relaxada na cadeira de massagem,
E fim de papo hoje, pra não perder a viagem

Achei que voltaria mais tarde,
Quem sabe pra mais uma coletiva,
Mas só de cogitar minha alma arde,
Diria que a atração não é convidativa

Vou sentir falta hoje daquele zumbido,
Mas sei que tenho argumento plausível,
É melhor poupar que ficar contundido,
Preciso amanhã me apresenter em alto nível

Estar apto para a cerimônia do saco de arroz,
Este é o peso do qual certamente me despeço,
Com o imenso orgulho deste que aqui depôs,
Já pensando na nova fase do processo

Doido pra comemorar daquele jeito,
Com o pensamento quase que fixo,
Que me perdoem a loirinha e o negão mas com todo o respeito:
Vou me largar caprichosamente no dia do lixo.....8-)

Diário de um roliço - dia 18

Diário de um roliço - dia 18

Véi, vou te falar: hoje foi um dia louco,
Botei as gordurinhas todas em pânico,
Fiz duas aulas de shape e achei pouco,
Ainda teve funcional com "momento satânico"!

Nada como interagir com os amiguinhos,
Fazendo aquilo somente que ali nos resta,
Tentar respirar por alguns meros segundinhos,
Entre espasmos e gargalhadas fazendo festa

Incentivar para prosseguir:
Tá todo mundo ali no mesmo barco,
Nem cogitar em desistir:
Fica mais fácil dividindo o fardo

Seja zoando o mais novo de "peewee"
Mesmo sabendo que ele nem faz idéia,
Ou sacaneando geral sem estar nem aí,
Essa é a vantagem da galera mais véia

O que importa afinal é ser feliz ou ter razão?
É completar com vida o shape ou sem pulsação?
Fazer a série até arder ou ter perna pra locomoção?
Gastar a força de uma vez ou apreciar com moderação?

O projeto é a inspiração e o incentivo,
A balança e a roupa certificam a direção,
O professor e a galera são a
graça de manter ativo,
O intuito de se fazer no corpo a manutenção

Lembrando que cada um tem o seu ritmo,
E a idéia gerida pela abelha é só um padrão,
Por isso não se chateie em seu íntimo,
Se de primeira não rolar "a transformação"

Dê um tempo ao coitado do seu biotipo,
Ele pode talvez até não ser lá essas coisas,
Mas é o que te deram e em você está contido,
Então relaxe antes de deixar suas pernas doidas

Este é quase o final de um incrível início,
E como todo piloto deverá ter algum ajuste,
Pelo menos do fracasso não há sequer indício,
Por isso vou continuar, ainda sabendo o que me custe...

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Diário de um Roliço - dias 09 a 17

Diário de um Roliço - dias 09 a 17

Para não ter que ir muito detalhadamente,
E poder atualizar meu relato eficientemente,
Vou avançar no tempo digamos humildemente,
E registrar ao mundo o que ainda tá na mente

Aconteceu de tudo que acomete um devotado,
Teve tentação, redenção crime e castigo,
Fui de cachaça mineira até aipim acebolado,
E depois me dei mal pois não passei despercebido

O cara lá de cima que não fica de bobeira,
Ficou só de mutuca ligado na minha atividade,
Foi só eu exaurido terminar meia hora de esteira,
E já foi me enquadrando na aula da coletividade

Não pude sequer beber um golinho de água,
Levou todos os meus sistemas ao limite,
Meu corpo dele guardou portanto certa mágoa,
Queria fugir da chance de que aquilo se imite

Através de seu enviado com roupa de abelha,
Quase acaba com minha parca reputação,
Da vida em mim sentia esvair a última centelha,
Só conseguia ver o mundo com a nuca no chão

Mas tava no erro então bola pra frente,
Botei pra fora o que não perdi e mais,
Pequei mas não de maneira incoerente,
Foi só um deslize: desistir de tudo jamais

E assim aumentaram as caminhadas,
As dores de outrora se foram; ainda bem,
Comecei a rir entre conversas animadas,
Conhecer gente boa é parte disso também

Ajuda a digerir mais fácil este período fantástico,
Onde redescobrimos o poder sobre nós mesmos,
Mesmo tendo que sofrer entre bolas e elásticos,
Vale a pena se o prêmio valer alguns torresmos

Outro dia vivenciei uma cena linda,
Meus olhos mal conseguiam crer naquilo,
Existia algo abaixo da barriga ainda,
E estava quase reto no peito o mamilo!

Roupa então tem sido uma constante alegria,
A turma da naftalina tá toda em ritmo de festa,
Tem calça que nem entrava e já caindo, quem diria,
Os resultados sem dúvida aparecem: ninguém contesta!

Tenho uma meta bastante modesta no projeto,
Mesmo que numericamente dessa vez não alcance,
Mas pela filosofia já adquiri grande afeto,
Dá pra manter com a ideologia um romance

Estamos na reta final, hora de dar todo o gás,
Ninguém quer acabar mal na avaliação,
Nosso desejo é só poder comer um dia em paz,
Bem longe do crivo da amiga da nutrição...

...mas isso só depois de passar na casa da abelha e na balança da purificação....

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Diário de um Roliço - dia 08

Diário de um Roliço - dia 08

Dia chuvoso, edredom fica pesado,
Medo pavoroso de sentir influenciado,
Você pensa em esmorecer, até gota pinga mais forte,
Ninguém precisa te dizer, não é preciso nem sorte

Se daqui a pouco vou estar todo suado,
Qual o problema de ir andando na chuva?
É bom que estimula na esteira a ir acelerado,
Então bora que sem esforço nada muda

Dia novo de uma etapa assim equivalente,
Agora o corpo já está digamos correspondente,
Começa uma outra fase no quesito esperança,
Monitorado de perto nos dígitos daquela balança

Outra coisa que corrobora este fato,
Reside nos gestos simples do cotidiano,
Que delícia sentado na cama amarrar o sapato,
E de quebra ainda continuar respirando

Ou percerber que o litígio com jeans  acabou,
E que da silhueta se foi um saco todinho de arroz,
Melhor ainda ver como o abdomem perfilou,
Mesmo ainda na forma à que o desejo se opôs

Vai ficando mais fácil completar as séries,
Ou menos difícil a depender do ponto de vista,
O que importa é não considerá- las intempéries,
Que impeçam de alcançar a sua conquista

Exercício não é inimigo apesar de parecer,
É apenas etapa do processo a se desenvolver,
Faz parte do trâmite nem preciso esclarecer,
Se antes tivesse tomado vergonha, agora não tinha que sofrer...

Diário de um Roliço - dia 07

Diário de um Roliço - dia 07

Hoje é dia de exercitar o patriotismo,
Fazer valer o direito à sua opinião,
Mas não posso fazer disso preciosismo,
Deixando minha meta sem uma atenção

Então lá fui eu, sufragar em minha nova zona,
Dando de cara com uma generalizada,
Pra não perder tempo e otimizando a soma,
Adiantei a malhação pra dar uma escoada

Coisa leve nesse fim de primeira semana,
Da qual aliás me orgulho de ter sobrevivido,
Já tem resultado o que é muito bacana,
Que bom a voz da instrução ter seguido

Parece nada mas é bastante a quem consegue,
Dá a nítida sensação do dever cumprido,
Especialmente quando um terceiro percebe,
Vale o ingresso e a fila de ter investido

E vamo de levantar perninha no colchonete,
Já nem quero mais a alma de quem mandou,
Travar a pança nem mais me acomete,
De tremer todo como quando isso começou

Aos poucos vão se juntando na mistura,
Filosofia e resultado com notável alegria,
E restabelecendo na carcaça a velha estrurura,
Que já fez algum sucesso por aí um dia

Fim de diversão, vamos de volta ao dever,
Tomara que tenha desaparecido aquela fila,
Pois não posso nem aquele chopp beber,
E com a tentação do bar bem na frente...
...é difícil oprimí-la..

domingo, 7 de outubro de 2018

Diário de um Roliço - dia 06

Diário de um Roliço - dia 06

De todos os minutos neste ambiente,
Vividos até o fechamento desta edição,
Estes foram os que me deixaram mais contente,
Ante os fatos que explicam essa empolgação

Acordei sem a vontade de lacrimejar,
Pelo simples fato de querer me mover,
Bem como consegui da cama bem levantar,
Nem parecia exorcismo de tanto gemer

Estava serelepe e doido pra chegar logo,
Esquecer da vida nos passos da esteira,
Porém tive que alterar um pouco o modo,
Estava cheio mas resolvi pedalando da mesma maneira

Matei dos velhos tempos uma boa saudade,
Quando ia assim do centro até a minha casa,
Nada recomendável na nossa atualidade,
Chato ver o fato que nossa realidade embasa

Mas voltando as coisas boas da semana,
E olhando em volta no mundo do terceiro andar,
Uma leve intimidade eu diria que já emana,
Suas posições e utilidades já consigo memorizar

É ali que passo a maior parte do tempo,
Logo é de se esperar que haja uma afinidade,
E quando me habilitar ao próximo evento,
Continuo, só que na fase da coletividade

Já consigo entender as mensagens do corpo,
"Ei, pega mais leve por favor senão fico morto",
E assim posso elaborar uma real estimativa,
Do que se pode obter e manter a idéia atrativa

Esse projeto é um belo empurrão,
Da inércia em mim fez a exclusão,
Tirou o arroz a pizza cerveja e o pão,
Mas tá deixando saudável o coração

Quando esse choque de ordem passar,
Claro que moderadamente hão de voltar,
Porém o importante para sempre a ficar,
É saber que parado seu corpo não deve estar...

sábado, 6 de outubro de 2018

Diário de um Roliço - dia 05

Diário de um Roliço - dia 05

Um pouco mais atrasado que de costume,
Mas com informação deveras pertinente,
Aqui estou ainda sob o efeito do perfume,
Da roupa guardada querendo voltar a ser presente

Apenas quatro dias desde o início da aventura,
E indubitavelmente sensíveis diferenças ocorrem,
A começar pela silhueta na área da cintura,
Quase sumiram as dores e apenas suores escorrem

E tal qual a represa, que oculta antigas construções,
Vê-se ressurgindo para a alegria de alguns corações,
Modelitos cujo uso descontinuou-se por falta de opções,
Tendendo a reocupar de direito este cenário aos montões

A locomoção é outro ponto a se comentar,
Achei que terminaria a semana indo de muleta,
Mas bastou o corpo começar a acostumar,
E graças a Deus do desespero revogou-se a faceta

Por força das circunstâncias e contra minha vontade,
Não pude atender ao rito nem ao desejo,
Desconsiderei o trânsito desta louca cidade,
E me atrasei, mas este conceito já revejo

Pra compensar manhã será dia de "só tudão"
É fim de semana e sempre rola tentação,
Mas tô no foco e aí ela se arrasa: aqui não!
Se é pra fazer, então bora que peso ainda tem de montão

Ainda não fiz nenhuma aula coletiva,
Logicamente por falta de condicionamento,
Mas estou resolvendo esta perspectiva,
Semana que vem tô nesse entretenimento!

#dollynhovive

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Diário de um Roliço - dia 04

Diário de um Roliço

Dia 04

Já começo a me acostumar em parte com a dor,
Resignado, sei que não há como fugir disso,
Ainda que em alguns lugares venha a me opor,
Percebo a chance de  realmente completar esse compromisso

E assim liberto das tensões iniciais do processo,
Observo outras nuances deliciosamente peculiares,
Em uma destas fixei a atenção eu confesso,
Não à toa, mas por suas características seculares

Nada no quesito evolutivo foge de sua participação,
No tocante ao universo do corpo humano,
Toda vez que este sofre algum tipo de pressão,
Utiliza deste recurso, afirmo sem medo de engano

É sem dúvida item indispensável no processo,
Não adianta tentar sem, que inexistirá sucesso,
Aceitando esta condição, e explorando sua faceta,
Hoje me diverti a beça vendo um monte de careta

Tem aquele que começa devagarinho,
Daqui a pouco parece que tá possuído,
Ou quem disfarça e faz bem rapidinho,
E no final da série desaba e se mostra destruído

As meninas costumam ser mais discretas,
Talvez por vergonha de revelar pras amigas,
Mas nem elas escondem suas faces secretas,
Depois do ácido latico em suas coxas contidas

O que importa é completar o exercício,
Independente da loucura visual que se cometa,
Seja qual for, tem que dar certo o artifício,
Pois o lema é instintivo: sem careta não sai essa treta.... =)

#dollynguadefora

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Diário de um Roliço - dia 03

Diário de um Roliço

Dia 03

O advérbio de intensidade que define meu estado,
É mais conhecido como palavrão por isso vou omitir,
Mas é nesse estilo que me sinto identificado,
Tô operando à base de remédio, pra não pensar em desistir

A única parte do corpo ilesa por enquanto é a orelha,
Pois o resto está pra lá de arrebentado,
Dói até pra levantar o cabelo da sobrancelha,
Parece que fui literalmente atropelado

Pra completar nem posso compensar,
E hoje aqui no Rio tá fazendo 42 graus,
Nem aquela gelada eu posso degustar,
Na boa, esses professores são muito maus

Tô de um jeito que mal posso me mover,
A cada gesto me dá vontade de chorar,
Nada me resta agora tenho que resolver,
Roliço e dolorido que não dá pra continuar

Daqui a pouco volto lá na central da tortura,
Para minha sagrada e diária sessão,
Até acostumar com essa nova cultura,
Véi.... haja paciência e remédio na mão...

Ainda bem que sou bom de cozinha,
Desse mal de restrição quase não sofro,
Mas não ligaria se pudesse uma caipirinhazinha,
Na remada depois compensava, daria até o troco...

Diário de um Roliço - dia 01

Diário de um roliço

01 de Outubro de 2018, 12:30pm

Dia um.

Tudo começa sem problema algum,
Cadastro já feito, no dedo abre a catraca,
A recepcionista cumprimenta a cada um,
Impressão à altura do que a gente contrata

À frente um mundo de suores e esteiras,
Com outro universo de silhuetas coloridas,
Concentradas em eliminar gorduras e besteiras,
Nas negligências e oportunidades adquiridas

Meu setor de boas vindas então,
É daqui que começará minha odisséia,
Vejamos se me permite avançar o coração,
Deus me livre passar mal com essa platéia

Meia hora depois tô suado mas inteiro,
Pulsação tranquila dei até uma corridinha,
Com o tempo andarei até mais ligeiro,
Por enquanto é melhor dar uma poupadinha

Fase inicial completa, vamos ao setor seguinte,
Onde a concepção de atleta ganhará um belo requinte,
Vários aparelhos e caretas bem dedicadas,
Curiosamente sem espelhos mas com  agua bem gelada

Enfim, vamos cumprir a série orientada,
Tem braço e perna pra malhar de todo jeito,
Claro que o abdomem está nessa empreitada,
Afinal a idéia é reformar completamente o sujeito

Um peso leve pois estou fora de forma,
O negócio de início precisa ser simples assim,
Senão complica e a pessoa depois não retorna,
E a missão precisa ser cumprida até o fim

Essa foi a parte fácil até o presente momento,
Mesmo tendo feito berrar o ácido lático,
A merda era fazer o tal do complemento,
A dor daquela abdominal me deixou lunático

Mas entre risos e lágrimas sobrevivi ao primeiro dia,
Faltam apenas vinte, tá pertinho, quem diria,
Vamos ver qual será o próximo passo da agonia,
Provavelmente proibir quase tudo que eu comia....

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Diário de um Roliço - dia 02

Diário de um Roliço

Rio de janeiro, 02 de outubro, 9h da manhã


Aqui estou mais um dia,
Destruído mas vim na academia,
Voce nao sabe o que é trabalhar,
Depois da esteira e de tanto malhar

A minha dor é tamanha que é cruel,
Perder peso é a façanha, não vem do céu

Tem que vir com fé,
Todo dia né...
Independente do estado coloca um som,
Tem vergonha e larga essa p.. de edredom

O corpo é teimoso a série é tensa,
O processo é doloroso mas o tempo compensa
Você sabe o que desejo, sabe o que queria,
Mas nada de cerveja, nem de churrascaria

Passo o tempo vendo a diaba passar,
Tem que tem um alento pra aliviar

É só o que dá pra fazer no meu papel,
Recuperar o que se ganha com aquele anel

Pra ajudar na tortura dessa meta,
Ainda tem a parada da dieta,

De tanto verde tô me sentindo "a lagarta"
Do que comia, só a agua não descarta

Cê tem que ver o conteúdo da bebida,
Nada agradável mas tem que ser ingerida

É isso então bora seguir no caminho,
São 3 semanas, disfarçado de "dollynho"

Pra renascer só tirando a velha casca,
Qto a vencer eu chego lá e ninguém tasca...

Bruno Anjos
#dollynhosmart

segunda-feira, 12 de março de 2018

Cast...Away

Decepção profissional acontece, isto é plausível,
A empolgação arrefece, fato este indiscutível,
Principalmente se merece, aí relevar fica quase impossível,
Majoritariamente não esquece, mas lidar é passível

Mais uma vez testemunho aquela triste sina,
Ver afugentarem a estrela de quem ensina,
Resolve o problema e com solução acima,
Mas que sofre com o mal de quem vem de cima

Tanta coisa ainda para contigo aprender,
Várias idéias para podermos explorar,
Só me resta agora ver seu projeto morrer,
Provavelmente sem alguém para continuar

Mas saiba que fica no pensamento o legado,
Foi rápida a parceria mas suficiente pro recado,
Ela descontinuar penso fortemente ser um pecado,
Poder tê-la vivenciado melhor teria gostado

Vai saber o que nos reserva essa louca vida,
Quem sabe nos vemos por aí em outra missão,
Não darei a esta causa o status de perdida,
Enquanto houver de ambos a vontade da reconexão

Olhando pelo prisma de quem ali milita,
Que esta mudança lhe seja para o melhor,
E você nunca se submeta ao que lhe limita,
Nada é por acaso, nem o cenario ao redor...

Cê tenta que dá

Olhar para trás e ver toda uma vida,
Se dar conta de tanto que já se fez,
Ao mesmo tempo que ela convida,
A prosseguir como daquela outra vez

Constatar que nem tudo que sonhou conseguiu,
Porém foi muito além do que imaginaria,
Decepção não sei se no caminho existiu,
Mas certamente houve muito mais alegria

Claro que regada a suor e muita luta,
Era parte do aprendizado este processo,
Serviria um dia de exemplo esta conduta,
Para laurear o que chamamos de sucesso

Diria aliás que muito bem transmitida,
Mesmo que as vezes de modo inconsciente,
A assinatura é fácil se ser reconhecida,
No casal que criastes, de gente bem decente

Ainda não se sabe o que tem pela frente,
O que será que vai inventar de projeto,
Nessa fase a vantagem é poder ser incoerente,
Acordar meio dia pular de paraquedas ou ouvir Bebeto

Pois até aqui tudo que precisava executou,
Sua parte na cadeia evolutiva se completou,
O resultado desta performance o tempo consolidou,
Cada um de seus discípulos nova célula formou

Parabéns por todas as suas conquistas,
Pelo tanto que o astral lhe proporcionou,
Que hajam ainda muitas coisas à serem vistas,
Afinal lembremos que o passeio nem de longe acabou

Hoje sabemos que o melhor se tentou,
E teve gente que ao perceber se tentou,
A seguí-lo mas logo desistiu, se tentou,
Quem pensou em derrubá-lo, só tentou,
Pois você, apesar de tudo taí...e "setentou" =)


terça-feira, 6 de março de 2018

Tampa na porrada

Tem coisa na vida de um homem,
Que é momento mais do que sagrado,
Onde todos os sofrimentos somem,
E qualquer problema fica de lado

Acho uma enorme covardia atrapalhar isso,
Pode ser no dia seu único momento de paz,
Portanto venho decidido falar a respeito disso,
No intuito de não vê-lo acontecer nunca mais

Esta malvada atitude é deveras prejudicial,
Vai bem além da esfera do psicológico,
Qualquer manhã iniciada desse jeito vai mal,
Em algum lugar vai estourar essa bomba, é lógico,

Tenho inclusive uma impressão sobre tal faceta,
Só pode ser coisa daquele safado do capeta,
De vigia esperando seu momento de luneta,
Danando a rir de sacanagem e contemplando a sua treta

Pois então a este vai o descontentamento que redijo:
Olha aqui filho da puta: Quer deixar de me criar caso,
Parando de derrubar a tampa enquanto eu mijo,
Me fazendo molhar o chão e a porra do vaso???

Na distração do alívio é um ato impossível de perceber,
Logo um segundo é suficiente para a merda acontecer,
Eu não tenho três mãos, logo não posso me proteger,
Mas se fizeres novamente: me aguarde quando descer...

sexta-feira, 2 de março de 2018

A Gente Sabe

A gente sabe, mas tenta.
Sabe que vai se aborrecer mas não aguenta.
Sabe que se não ajudar não se contenta.
Sabe que pra atrapalhar tem uns oitenta.

A gente sabe, mas inventa.
Sabe da dificuldade mas a mente atenta.
Sabe que agem com maldade mas nem comenta.
Sabe que logo vai dar merda e que podia ser evitada.
Sabe que tentou avisar mas sua voz foi ignorada.

A gente sabe, mas lamenta.
Sabe do transtorno que será pro cara ao lado.
Sabe do retorno que virá de modo atribulado.
Sabe da inexistência de senso de praticidade,
Sabe da ineficiência do conceito de racionalidade

A gente sabe, mas resiste.
Sabe que não devia, mas dá um tempo e insiste.
Sabe que não podia, mas ignora e assiste.
Sabe que nem queria, mas assessora mesmo triste.
Sabe que uma hora, vão notar que você existe.

A gente sabe, mas ainda assim se chateia.
Sabe que eventualmente disso se permeia.
Sabe que é sacanagem merecedora de cadeia.
Sabe que esse tipo de sentimento não se semeia.
Sabe que pra te machucar a fatalidade não bobeia.

A gente sabe que saber nem sempre serve,
Que saber com quem não sabe não nos ergue,
E erguer sem saber é coisa que não cabe,
Disso eu sei, mas nem todo mundo sabe...

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Não foi bem assim

Não é nada disso que você pensou,
Provavelmente aliás seria o contrário,
Tanta coisa boa houve no ano que passou,
Lamento que meu silêncio tenha lhe deixado temerário

Inclusive tive bons motivos para registrar,
Mas não o fiz por estar um tanto apático,
Deixei passar ótimas idéias por enrolar,
Acabei passando um período meio sabático

Que como tudo na vida teve a sua utilidade,
Serviu pra mostrar que não devo desperdiçar,
Se você tem um dom e o exercita com efetividade,
Ele pode ser a porta pro mundo vir a te notar

Quando nada vai poder se divertir bastante,
É bom fazer algo que gosta mesmo sozinho,
Cria-se uma fonte de bem estar contagiante,
E costuma a reciprocidade nos brindar com carinho

Por estas e por outras eis me aqui de novo,
Devidamente renovado e isento de sumiços,
Lotado de inspiração para escrever ao povo,
Tem gente que me curte, fica feio continuar omisso

Que 2018 seja tão bom como seu antecessor,
Ou melhor se não tiver sido bem o seu caso,
Que você continue ou volte a ser um trabalhador,
E sua vida prospere sem mais nenhum atraso =)

Ding goes Imbel...

Eu decidi que não ia nem falar nada,
Pensava mesmo em deixar passar batido,
Mas analisando de maneira mais elaborada,
Acho interessante no futuro ter isso lido

Foi tão de repente que quase me escapa,
Tamanha a gama de documento exigido,
Pra chamar de livro só faltava a capa,
Tinha coisa ali que nunca tinham me pedido

E claro que tudo com prazo para ontem,
Como se a burocracia simplesmente não existisse,
Correria contra o tempo é argumento que me descontem,
Certas coisas beiram sinceramente a burrice

Vida que segue tá valendo a intenção,
Acredito que será bem legal a experiência,
E pro currículo também terá a sua função,
É sempre bom exercitar uma nova ciência

Ainda mais tendo se estudado tanto,
E nunca obtido êxito em atuar como tal,
Deixar de ser apenas um diploma num canto,
E virar realidade até que não seria nada mal

Desconheço totalmente o que deverá estar por vir,
Quais desafios esta empreitada irá me oferecer,
Mas sou imensamente grato dela efetivamente surgir
Já estou feliz basicamente por ter feito ela acontecer,

Trâmites atendidos liberado para começar,
Olhos marejados agradecendo entre o mar e o céu
Não é todo dia que passo num concurso principalmente em primeiro lugar,
Pincipalmenre como técnico em mecatrônica numa empresa como a Imbel...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Adeus...

Acho melhor me despedir logo,
Antes que ele impeça de algum modo,
A aspiração para perturbar é tamanha,
Que pelo mundo afora é a mesma campanha

Ninguém no planeta lhe aguenta mais,
De tanta coisa triste ou ruim associada,
Na história recente houve raro ou jamais,
Um período com essa quantidade catalogada

Já entendi pelo menos a sua intenção,
Mas desiste: o povo não teve a percepção,
Não deu muito certo tentar unir pela comoção,
Dura 5 minutos e já prevalece a falta de noção

Parece que pelo andar da carruagem,
Seu sucessor continuará nessa linhagem
Fazendo em nossa memória sua orgia,
Usando seu cargo na manutenção da agonia

Registre-se apesar do âmbito coletivo:
No meu caso, pra lamentar não tive motivo,
Normalmente este seria um ano temeroso,
Mas exorcizei o trauma de modo proveitoso

Porém não se pode ser feliz sozinho,
Vendo amigos sofrerem pelo caminho,
Ou se fecha em solidariedade com a rapaziada,
Ou vive num universo paralelo de forma isolada

Portanto numa boa: adeus obrigado pode ir,
Precisamos nos recuperar pro que está por vir,
Só por favor avisa lá pra vir uma merda de cada vez,
Pois nisso você foi foda...mete o pé 2016!

Ah este adorável inexorável...

Certas imagens ficam melhores se guardadas na memória,
Já que são as responsáveis por aqueles dias de glória,
Mas nem sempre atualizar será uma boa idéia,
Pois a continuação talvez não seja legal como a estréia

Especialmente no caso do material humano,
Inveterado consumidor de referências cognitivas,
Reverter este processo exige complicado plano,
É mais fácil viver com estas coisas inativas

A não ser que tenhas certeza do que quer,
Muito cuidado ao procurar rever aquela mulher,
A natureza em seus hormônios costuma pregar umas peças,
E pode ter feito seu efeito nela, se for uma dessas

E aí meu caro e desolado saudosista,
O que era expectativa terá virado decepção,
Pra esquecer, sem pretender ser pessimista,
Só amnésia ou no bar, mas vai te dar um trabalhão

Fica na sua, com a doce recordação,
Da foto em que ela vinha naquele corpão,
A vida seguiu, ela foi mãe e até casou,
E quase todo mundo que passa por isso engordou

Inclusive você, apesar de não ser aqui o foco,
Mas não pode nem reclamar se causar o mesmo,
Continuo daqui lhe recomendando meu voto,
Diaba na mente: e na frente cachaça e torresmo :)

De braços cruzados pra realidade

Alguém só pode estar de sacanagem.
Não me resta outra conclusão desta mensagem.

Quer dizer que para aquela estátua na paisagem,
Que fatura rios de dinheiro na bilhetagem,
Apesar de ser tombada e ter administração,
Precisa do meu e do seu recurso na manutenção???

É serio que toda verba com ela adquirida,
Vem a ser do governo e por este gerida,
Sem que haja um mínimo de bom senso,
Ou um gesto de boa fé nem de consenso???

Eu preciso mesmo ter que engolir à seco,
A discrepância asquerosa da idiotice absurda,
Que leva a situação a este vergonhoso beco,
De ter que implorar ao mundo qualquer tipo de ajuda?

Deixa eu ver se entendi: tenho a galinha de ouro,
E faturo muito com a venda dos ovos dela,
Mas sou retardado e não cuido do meu tesouro,
Ignorando sua fome e negando qualquer coisa pra ela

Que belo tiro no pé os "gênios" promovem,
A sociedade  imbuída e eles nem se movem,
Preferem espremer sempre que der até o talo,
Ou intencionalmente ruí-lo para poder cobrar em reformá-lo

Se a "União" cuida assim desse cartão de visita,
Imagina com o país enquanto não assisto
Acredito a essa altura já ter quem admita,
Não tá fácil pra ninguém: sacaneiam até o  Cristo...

Feliz Aniversário meu doce :)

Sabe quando você conhece alguém,
Sem a menor pretensão de  fazê-lo,
Depois descobre como ela te faz bem,
O que incita a querer protegê-la com zelo?

Daquele tipo que dá vontade de pôr no colo,
Que em estando longe se quer voltar logo,
Capaz de se sacrificar pela coletividade,
E não desanimar com qualquer adversidade

Ser humano com qualidades e defeitos,
Como todos os que existem nesse planeta,
Mas nesse balanço supera os conceitos,
E praticamente não exibe a segunda faceta

Fico de onde estiver apenas a te desejar,
Todos os dias o sorriso em seu rosto a continuar,
É uma bela parceria junto com seu olhar,
E o mundo merece coisa assim pra admirar

Um beijo e um abraço bem apertado,
Pra registrar minha lembrança desse dia,
Tomara sempre poder ser bem comemorado,
Tangido pelo tom que vem da sua alegria :)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Desgosto Supremo

 Você percebe que o descrédito se torna pleno,
Quando assiste ao cidadão dizendo como vai ser,
"Vou ignorar a ordem do ministro do supremo,
E quero ver quem é que vai comigo se meter"

Até aí poderíamos crer se tratar de uma loucura,
Ou algo digno de um momento desesperado,
Que nunca teria respaldo na atual conjuntura,
Ainda mais vindo do presidente do senado

Pois para o espasmo da caveira de Rui Barbosa,
Me vem a mais alta corte em pose duvidosa,
E numa atitude inimaginavelmente desgostosa,
Acata e ainda o absolve numa cena revoltosa

Acabando com o que seria a última fronteira,
Da esperança de justiça na pátria brasileira,
Se fazem lá o que fizeram dessa maneira,
O ditado é antigo: " o mijo desce a ladeira"

É como navegar no escuro de bússola quebrada,
Sem referência do certo a nação fica desorientada,
Vendo ser submetidos a lei e seu suposto rigor,
Apenas os que não podem a ela se opor

Mas claro que para quem age com o escárnio,
De cortar o seu mas não mexer no próprio salário,
Ser conivente com a degradante e pungente ilicitude,
É só mais uma faceta que nesse jogo chamam de virtude

Lamento pelo estado democrático de direito,
Principalmente por seus professores e entusiastas,
Nem faço idéia do que explicarão depois dessa sobre respeito,
Ou sobre os três poderes e suas ligações nefastas

O pior disso tudo é admitir que tinha razão,
Aquele que recentemente era o único vilão,
Quando disse que "por ali era tudo covarde"
Pena que descobrimos essa verdade um pouco tarde...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Eu tava ali....

Era apenas um daqueles ambientes,
Em que a este nossa realidade se imponha,
Onde estamos todos acostumados e coniventes,
Com samba cerveja e turista fumando maconha

Não só eles mas muuiitos dos moradores locais,
Com cada charuto como se fosse nada demais,
Dando aquela movimentada no comércio da área,
Que certamente agradece a preferência arbitrária

Pano de fundo para uma estória mais leve,
Uma das clássicas desse tipo de evento,
Ela queria sentir como era na dele a sua pele,
Mas não sabia como realizar esse momento

Entra em campo a figura do amigo desinibido,
Que sai na busca de ajuda para a vítima da libido,
E Interpela tentando unir as pontas do doce processo,
Torcendo para retornar trazendo a resposta com sucesso

E assim começariam aqueles dois,
A famosa dança do acasalamento,
Com o indispensável paredão depois,
Só pra apimentar o gostoso entretenimento

Vidas, histórias, nada disso lhes interessa,
Ali só se beijar entre apertos e sem pressa,
Não é hora para sofrer a verdade é essa,
E o que dali tiver que acontecer, ninguém confessa

Fim do prazo de validade daquele sonho,
Despedida entre sorriso sacana e olhar tristonho,
Talvez se encontrem de novo ou nunca mais,
Consumar o desejo ou estimular os demais

Sei que por certo na mente daquele rapaz,
Aquela noite será por tempos relembrada,
Dona de um quadril com belíssimos ramais,
A protagonista será difícil de ser comparada

Torço, para o bem dele, testemunhar mais,
Aquele cenário fica bem nessa moldura,
Mesmo que insistam jamais diria quais,
Não fica bem no meu tipo de cultura

Entre copos coloridos e meu drink inofensivo,
Vamos ver quando será o próximo olhar lascivo,
Se é que haverá e detectar eu consigo,
Já pensou se forem duas? Aah meu amigo...

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

E se o problema for aqui?

E se não por acaso for ao contrário,
Do que convenciona o atual pensamento
Faria sentido se comportar temerário,
Diante da hipótese do seu falecimento?

Tendo você em registro a noção,
De que precisa cumprir uma missão,
A qual irá habilitar a sua evolução,
Facilitaria um pouco a compreensão?

Agora neste mesmo campo considere,
Que outros estejam no mesmo patamar,
Um novo conceito aqui então se insere,
Para que faça algum sentido continuar

Imagine que independente da origem ou distância,
Entre os envolvidos haja uma desconhecida paridade,
Isso atenuaria uma natural relutância,
Em aceitar entre eles a compatibilidade?

Inclua nisso o fato de não haver controle sobre o tempo,
Logo, uma vez completando o seu momento,
Dar-se-ia em seu processo o prosseguimento,
Sem qualquer chance para uma despedida de retardamento

Teoricamente traria um pouco de alento,
Aos que passam por esta transformação,
Trocar de plano astral sem desprendimento,
É difícil tanto pra quem fica como pros que vão

E de quebra poderia ainda nos elucidar,
Como coisas inimagináveis costumam acontecer,
Um número grande a simultâneamente nos deixar,
Por simplesmente terem feito por merecer

Pena que em nossa dinâmica não é permitida,
Esse tipo de interessante acessibilidade,
Permitiria consideráveis progressos em nossa vida,
Sem depender do livre arbítrio para essa finalidade...

Mas se nada disso estimulou o seu entendimento,
Tento entusiasta ilustrar por uma última vez,
Se estivéssemos todos sob o regime de um confinamento,
Vendo um querido ganhar a liberdade sem poder olhar para trás, mudarias a forma como hoje vês?

sábado, 3 de dezembro de 2016

A covardia nossa de cada dia

Aquilo não foi tragédia e sim assassinato,
Busquem na enciclopédia e verão que é um fato,
Extrapolou-se o limite da ganância em prol de um ideal,
Ignorou-se a distância e um dia acabou mal

Impressionante como se deixou acontecer,
Estava explícito que era uma insanidade,
E agora não adianta chorar ou se aborrecer,
Já era: mais um ponto pra nossa mediocridade

É tão arraigado o costume da inoperância,
Que mal passou o episódio e já voltou a discrepância,
Uns tentando se aproveitar pra ganhar dinheiro,
Outros tentando se livrar votando ligeiro

Sem contar os que nem esperaram a coisa esfriar,
E como bons imbecis, entre si já voltaram a brigar,
Como se soubessem o que é um luto a respeitar,
Ainda tem no campeonato os que não querem se deixar rebaixar

Resumindo já acabou prazo de atenção,
E provavelmente não se aprendeu a lição,
Afinal isso acontece só com os outros,
Mas não é bem assim: os exemplos não são poucos

Não vou desejar força mas sim atitude,
Somos todos vítimas em maior ou menor escala
Para que não se precise morrer para que algo mude,
Temos que parar de agir como quem hoje chora e depois se cala...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O que mais esperar...

Hão de surgir quem alegue que isso não os reflete,
Apesar de terem de admitir mesmo com relutância,
Que mais uma vez esta torcida se repete,
Nesta absurdamente estúpida militância

Num momento delicado em todo o planeta,
Onde o tema em voga é justo a união,
Ela insiste em exibir sua irracional faceta,
Brigando entre si e espalhando a confusão

Mostrando nada além de sua índole,
Que infelizmente parece uma síndrome,
Da incapacidade para manter o comportamento,
Fazendo do insensato seu usual procedimento

Ainda bem que isso não é para todos,
Seria bom que fosse na verdade pra nenhum,
Evitaria dizer que há um bando de tolos,
Inserido onde não faz sentido algum

Lamento pelos verdadeiros torcedores,
Que são obrigados a compartilhar esses dissabores,
Manchando desnecessariamente a história do seu time,
Mas é o que acontece quando da responsabilidade se exime

Fossem eles banidos de forma enérgica,
Tal como se age com uma fonte alérgica,
E nunca mais se teria a noticia desse constrangimento,
Voltando ao normal a dinâmica do entretenimento

Até quem sabe isso um dia acontecer,
O que fica de memória dos entusiastas da carniça,
É que simplesmente fazem por merecer,
O estigma da imagem de fundo na sala da polícia...

Que comecem os jogos

É de se perder na vã tentativa,
De encontrar alguma alternativa,
Que explique por que tal tratativa,
Nunca permanece sempre ativa

O que dizer de quem se une na tragédia,
Da qual é capaz de tentar fazer comédia,
E por ela consegue fazer até linda homenagem,
Ou se aproveitar da distração para articular a sacanagem?

Como classificar a estupidez da ganância,
Capaz de acabar com sonhos de infância,
Numa infinita e sofrida fração de segundo,
Que em sua inocência choca e sensibiliza o mundo?

Onde indexar a ausência da coerência,
Do guardião da legislação em vigência,
A assistir ao absurdo sem nenhuma resistência,
Vendo o certo sucumbir sem residência

Por que nesse mundo seja por onde for,
Só se encontra unanimidade em havendo a dor,
Mas quase exclusivamente sendo no esporte,
Já que a fome e a guerra também causam a morte?

Seria por parecer este um ambiente de fantasia,
Do jeito que todos gostariam de ter por perto
Onde existem regras e as raças não importariam,
E o respeito pela idéia parece dar bem certo?

Então se perdemos alguém dali que nos dá alegrias,
Parece que "aqui fora" aumentam as agonias?
Se for esta a filosofia então sugiro de forma definitiva,
Reconsiderar o seu comportamento para uma maneira desportiva

Parece que é o único código que ainda tem valor,
Ao qual ninguém tem o ímpeto de se opor,
Quem sabe fazendo da vida um belo jogo,
Possamos aprender como viver de novo

Deixando de ver momentos de união e respeito,
Apenas na frente de um caixão ou pondo medalha no peito,
Acho que será de legado o melhor troféu,
Que os exemplos que idolatramos nos deixam do céu...

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Desencontros

Me pergunto o que deu na mente do quarto poder,
Para deixar assim esse tipo de coisa acontecer,
Já teve correspondente renomado apresentando babaquice,
Agora tem ex-âncora separada promovendo a idiotice

Isso querendo citar apenas dois exemplos,
Mas o caos já se instaurou ali há tempos,
Porém acho que nunca tinham errado tanto a mão,
Num programa com tamanha perfeição

Tem que ser realmente muito eficaz,
Imensamente bom naquilo que se faz,
Para diante da comoção de toda uma nação,
Se sugerir entre a polêmica e a cretinice como opção

Na crise generalizada que o país se encontra,
Com helicóptero caindo e eles sem o salário da folha
A inteligentíssima e sensata direção vai e afronta:
"Entre o traficante e o policial, qual a sua escolha"?

Meus parabéns aos idealizadores desta enquete,
Mostraram ao mundo todo o seu poder de criação,
Não queria vocês nem pra me pagar um boquete,
Podem querer me morder, melhor ficar na mão

Aliás e a propósito para só constar no registro,
Aos guerreiros de sangue azul afirmo o meu apoio,
Desejo não encontrá-los ou envolvê-los em sinistro,
Mas se ocorrer fiquem tranquilos que eu socorro o trigo e não o joio...

Tudo Azul...

A essa altura já sob os auspícios de um santo da zona norte,
Já esperando que a empresa me incluísse no próximo corte,
Lamentando sem saber se na verdade não seria minha sorte,
Me projetando para manter o foco com sinal forte

Nada mais me restava a não ser interagir,
Absorver o que de bom estivesse por vir,
Conhecer os novos colegas e continuar a sorrir,
Resolver pra variar os chamados cabeludos a surgir

E nisso eu posso dizer modéstia a parte,
Que com alguma eficiência domino a arte,
Coordenar e ajudar pra fazer acontecer a solução,
Nada que nunca tenha feito até com lata na mão

Se for ajudando gente de boa intenção,
Fica muito mais fácil concluir qualquer missão,
As vezes só se precisa de um pequeno empurrão,
Coisa de quem vem de fora e está com outra visão

E assim deu pra dar uma arrumada na casa,
Tendo como brinde um pouco de diversão,
Dando àquela equipe o que a experiência embasa,
Esperando ter deixado por ali alguma boa lição

Melhor jeito de finalizar uma boa jornada,
Já que naquela empresa terminaria minha função,
Me permite hoje entre um chá com torrada,
Ter a consciência de que promovi um pouco de evolução...

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A política da sobrevivência

É mermão agora tá ficando nebuloso,
Acho até que posso dizer tenebroso,
Deu a louca no planeta quase inteiro,
Tá parecendo cena de fogo no puteiro

Não se identifica mais quem é que ajeita,
Se o bom vem da esquerda ou da direita,
Só me parece que o mundo anda cansado,
De tudo que há muito deveria ter mudado

Por todo o globo acontece o que não se esperava,
A falta de sustentação ocorria e ninguém reparava,
Quando velho continente deu o primeiro alerta,
Foi a deixa pro resto perceber aonde o calo aperta

A coisa tá tão maluca aí pelos cantos,
Que a escolha tem sido entre o pior e o menos,
Pra governar nações ou povos em prantos,
Em busca de dias um pouco mais amenos

E pra isso tá valendo qualquer recurso,
Mesmo sendo aquele do polêmico discurso,
Se ele mudar da situação o atual curso,
Vai ter guarda florestal abraçando urso

Para vermos o nível em que então chegamos,
Tentando fugir dos efeitos da bolha a estourar,
Até para o impensável do senso apelamos,
Na hora em que vemos o barco naufragar

O que me parece claro neste triste cenário,
É que se não administrarmos  direito o erário,
Independe se o governo vem de um lado ou de outro,
Vai doer em nosso bolso e não será pouco

Pode demorar ou pouco ou nem tanto,
Mas inexoravelmente a crise irá aparecer,
Me fazendo optar se almoço ou janto,
Fazendo minha qualidade de vida desaparecer

Coisa que dispenso e acredito ser opinião comum,
Então que tal pensarmos pra variar como um,
Se você não quer deixar que a sua mãe chore,
Precisamos AGORA fazer com que nosso lugar melhore...

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Uma de amor

Dizem que um amor nunca morre,
Que em precisando se transforma,
Dependendo do processo que ocorre,
A adversidade ele apenas contorna

Ele não tem culpa da imprudência,
Muito menos então sobre a imperícia,
Não milita na área da aparência,
Nem precisa de estrutura fictícia

Sendo intencionalmente de cunho elementar,
Fica fácil pra ele portanto se adaptar,
Se acabou o churrasco e brasa está a queimar,
Não tem problema do carvão se apagar

Ele continua útil e seguindo sua missão,
Aquecendo o alimento ou adubando o chão,
Não importa qual seja a pretensa finalidade,
Para ele existir apenas é a real prioridade

Sendo assim se um dia você esteve incandescente,
E acredita que perdeu-se a razão para tal,
Procure ver se o que te acende realmente,
Seria o mesmo que lhe causou este mal

Caso seja esta a constatação obtida,
Creio que estejas no caminho errado,
Essa filosofia não é para ser adquirida,
Pois no kit da vida ele nem vende separado

A capacidade de gostar sempre esteve aí dentro,
E você sabe disso desde o nascimento,
Bem como da eventualidade da metamorfose,
Que potencializa ou cristaliza mas nunca gera necrose

Tal qual a energia que não se cria nem se perde,
Ele apenas vai atendendo àquilo que se pede,
Já vi promessas eternas virando risadas gostosas,
Lembranças com carinho e menções honrosas

Pega esse monte de sentir e faça algo inusitado
Mostre ao espelho sua tática de reciclagem,
Talvez seja o caso de ainda não ter notado,
Mas tá cheio de flor precisando de uma jardinagem

E se nada até agora lhe fez refletir,
Tenho uma pergunta antes de ir,
Se pelo futebol és capaz do que fazes,
Por que do coração não aprendestes as bases...?


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Teledrama

Antigamente era moda na comunicação,
Que eu acreditava obsoleta pela evolução,
Mas vendo o monte que tenho de reclamação,
Temo que o telegrama reviva na sua função

Ele era rápido naquela resumida grafia,
Mas dizia sem rodeio o que realmente queria,
Problema que hoje parece ter forte apelação,
Se passar de três frases tudo virou "textão"

Ninguém se dá mais ao trabalho de ler,
Salvo os que o fazem por buscar o prazer,
Como pretendem aprender sem se informar,
É a dúvida que tenho até medo de me perguntar

Dissertar virou quase sinônimo de antipatia,
Se escreve muito vira alvo da "textofobia",
Perde o direito e o tesão de se compartilhar,
Por não ter mais quem venha a se identificar...

O jeito será reunir-se um grupo seleto,
E manter um contato quase que secreto,
Como no obscuro e clássico cenário da seita,
Só pra poder respirar num ambiente que te aceita...


Triste futuro no ar a pairar...

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Darwin já dizia...

Olha aí guerreiros do corredor da carne...o patrão ama voceeesss..

Atenção lado A e lado B:
Se isso lhe pareceu familiar,
Então essa vai para você,
Que tem o dom de agir sem pensar

Tem um evento bem no seu perfil,
Marcado na cidade e prestes a começar,
Pra participar basta ser um imbecil,
Já que de cérebro não irás precisar

Tem de tudo que te parece atraente,
Cachorra, gatinha e também adolescente,
Por incrível que pareça vai até deficiente,
Mas o louco mesmo é recém parturiente

O argumento utilizado pela maioria,
É o atrativo do custo x benefício,
Que nunca explicou por que então seria,
Nunca ter valido tamanho sacrifício

Que atire a primeira lata de ervilha,
Quem achar lúcido submeter a pequena filha,
Ao sabor ensandecido daquela matilha,
Só pra conseguir um saco de lentilha

Ou pegar alguém que nem falar sabe,
Portanto sequer poderia se defender,
E usar sob o argumento de prioridade,
Usando a fila que o direito lhe diz ter

Afinal a histeria que toma conta do local,
Além de ser algo que beira muito o animal,
Se propaga ao redor de maneira quase radial,
Mesmo quem não quer estar acaba se dando mal

Eu não pretendia mas não consigo passar,
Tem 700 que gostariam e não podem estacionar,
O que pensa em desistir já não tem como voltar,
Isso no calor, sogra, mulher e criança a chorar

"Ah mais eu economizei 80 conto, me chama de burro agora?"
Parabéns seu retardado, contabilizou o que está de fora?
O tempo de carro ligado, o risco e o aborrecimento?
Sem contar na proximidade do prazo de vencimento?

Se houve um lucro líquido foi perto do zero,
Todo o seu esforço teve o nada como fim,
Não sou o dono da verdade e nem quero,
Porém só lamento se desacreditas em mim

E pensar que todo ano a cena se repete,
Logo é plausível concluir que o projeto agrada,
Sem a intenção de julgar pois nem me compete,
Apenas observando como o sensato se degrada...

A lente da verdade...

Essa foi uma tensa que me aconteceu,
Que poderia atribuir facilmente a um "amigo meu",
Mas não tenho vergonha de contar já que o cérebro não esqueceu,
De uma noite reveladora em que um cidadão se comprometeu...

Era um começo de relacionamento,
Com toda a pompa pertinente a situação,
Ainda nos cem por cento de aproveitamento,
Tudo certo para se fazer qualquer solicitação

E assim atendendo a um pedido inusitado,
Tive em minha casa um hóspede camuflado,
Era um grande amigo da minha namorada,
Pelo menos esta me fora a versão apresentada

Paralelo a isso naquele abafado fim de ano,
Também vieram sogra e cunhada se juntar ao grupo,
Tendo o reveillon na praia como pretenso plano,
Eu mal saberia mas me tornaria bendito o fruto

Vinte e quatro horas antes na saideira,
Todos na boate para alegria e bebedeira,
Eis que subitamente acontece uma mudança ligeira,
E o comportamento do menino se enche de besteira

Sob efeito da cachaça a verdade sempre se revela,
O rapaz paga de macho mas era de fato uma gazela,
Dando em cima de outro cara se viu desmascarado,
Disfarçou e voltou querendo dar uma de tarado

Queria investir na incrédula cunhada novinha,
Num claro sinal de quem perdia a linha,
Perplexas a mãe e a outra filha se olhavam,
Sem saber como reagir ao que seus olhos testemunhavam

Meu pensamento se dividia entre a proteção das três,
E a vontade de arrebentar ele de vez,
A zoação certamente deixaria pra mais tarde,
Não era hora de fazer mais nenhum alarde

O resumo da ópera é que a pessoa deu a louca,
E a contragosto a reboquei de volta pra casa,
Aturei mão na bunda e minha ira não era pouca,
Mas pelo racional é isso que a gente passa

A cena no amanhecer era triste por si só,
Contorcido e vomitado parecia ter dado um nó,
Por mais que eu tentasse não sacanear,
Era impossível simplesmente deixar passar

Até por que essa estória tinha um requinte,
Que para os meus padrões seria um acinte,
Imagino coitada como deve ter sido bizarro,
Depois de tanto tempo ter que me aturar num sarro

Anos antes da viadagem mostrar sua nuance,
Ele e a minha namorada haviam tido um lance,
E eu com meu sarcasmo quase nada ácido,
Em respeito não fui explícito, mas não deixei de ser tácito

E assim registrou-se o episódio em minha mente,
Claro portanto que não tornaria a vê-lo novamente,
Seguiu-se a vida com seu jeito inebriante,
De mostrar como tudo pode mudar a cada instante...

terça-feira, 4 de outubro de 2016

O perigo ronda a cama...

Ela chegou em casa
Me deu um abraço bom,
Fiz uma janta básica,
O frio ditava o tom

Dei até uma certa variada,
Pra ver se o novo agradava,
Acho que acertei na pegada,
Quase que a panela esvaziava

Buchinho cheio bateu a preguiça,
Vamos deitar na famosa conchinha,
Nada recomendável segundo a premissa,
Mas quem discorda da sua pancinha?

A noite segue conforme o previsto,
O clima sugere um vinho como bem quisto,
Vou ali na madrugada, o intestino faz um som,
Quando volto para a cama.. Ela roubou meu edredom

E agora o que se deve fazer:
Esperar ate o dia amanhecer,
Deixar o corpo começar a tremer,
Ou reivindicar meu direito ao aquecer?

Eu ia virar pro meu cantinho,
Ficar esperando bem no sapatinho,
Mas no movimento ninja do gatinho,
Aguardei uma ajeitada e recuperei um pedaçinho

Ufa escapei dessa vez,
Mas vou falar uma coisa "procês"
Esse negócio de dormir junto pode ser gostoso,
Só dar mole com seu king size que é perigoso... ;)

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Eleições 2016

Apesar do tanto que se pediu,
Do muito que por aí se debateu,
Pelo jeito que aqui se decidiu,
De qualquer modo a gente se fodeu

Muitos de nós não quiseram participar,
E quem o fez não soube aproveitar,
O resultado é que todos vão penar,
Resta saber a quem teremos de aturar

Até conseguiu-se alguma evolução,
Mas nada perto do que era necessário,
Tirar apenas o partido da situação,
Foi pouco para evitar um futuro temerário

Agora teremos como triste tema,
Praticar o difícil exercício do dilema,
Entre aquele que reprime o povo da vela,
E o que da sua mansão jura que é da favela

Se fosse analisar a ambos isoladamente,
Já seria motivo para um pranto comovente,
Mas sabendo das coligações existentes,
O desespero que me bate vem fortemente

No auge da utopia da minha reflexão,
O ideal viria em forma de nova eleição,
Mas não adianta dar outra chance a ignorância,
Desperdiçou-se mais uma: ponto pra militância...

Comunica a ação...

Era uma vez uma certa empresa,
Que possuía o visual como beleza,
Com muita gente boa com certeza,
Mas nem todos, falando com franqueza,

Gostava muito de adotar procedimentos,
Mas não necessariamente dar prosseguimentos,
Preocupava-se muito com o acontecer,
Independente de como seria para fazer

Embalada pelo espirito de um determinado momento,
Deu o aval para que tudo fosse providenciado,
Encontrou pela frente quem tinha comprometimento,
E assim teve seu projeto entregue e acabado

Mas de quem menos se esperava tal comportamento,
Eis que se revela uma face no mínimo controversa,
Na hora de retribuir com o merecido pagamento,
Ela recua com uma tática deveras perversa

E ainda queria exigir que fosse dada manutenção,
Mesmo tendo deixado seu próprio projeto na mão,
Se isso não puder ser definido como falta de noção,
Confesso desconhecer outro tipo de sugestão

E assim desta forma tristemente desamparada,
O suporte se viu obrigado a dar uma parada,
Mesmo que volte, de uma forma aparada,
Infelizmente não será como antes, se comparada

Existe uma coisa chamada confiança,
Que se adquire através de outra, respeito,
Nunca será plena qualquer tipo de aliança,
Se em alguma das partes houver algum rejeito

Profissionalismo e responsabilidade eu tenho,
Isso vem de berço lá da terra de onde venho,
Trabalhar para poder prover é uma necessidade,
Mas existe um filtro no meio que se chama dignidade

Na relação entre cliente e fornecedor,
Não precisa haver amizade ou amor,
Cordialidade é boa ninguém há de se opor
E pagamento é obrigação e não um favor

O mais louco de toda essa estória,
É ter nos registros de minha memória,
Que teoricamente sua forma de atuação
Vem justamente de explorar a comunicação...