quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Desgosto Supremo

 Você percebe que o descrédito se torna pleno,
Quando assiste ao cidadão dizendo como vai ser,
"Vou ignorar a ordem do ministro do supremo,
E quero ver quem é que vai comigo se meter"

Até aí poderíamos crer se tratar de uma loucura,
Ou algo digno de um momento desesperado,
Que nunca teria respaldo na atual conjuntura,
Ainda mais vindo do presidente do senado

Pois para o espasmo da caveira de Rui Barbosa,
Me vem a mais alta corte em pose duvidosa,
E numa atitude inimaginavelmente desgostosa,
Acata e ainda o absolve numa cena revoltosa

Acabando com o que seria a última fronteira,
Da esperança de justiça na pátria brasileira,
Se fazem lá o que fizeram dessa maneira,
O ditado é antigo: " o mijo desce a ladeira"

É como navegar no escuro de bússola quebrada,
Sem referência do certo a nação fica desorientada,
Vendo ser submetidos a lei e seu suposto rigor,
Apenas os que não podem a ela se opor

Mas claro que para quem age com o escárnio,
De cortar o seu mas não mexer no próprio salário,
Ser conivente com a degradante e pungente ilicitude,
É só mais uma faceta que nesse jogo chamam de virtude

Lamento pelo estado democrático de direito,
Principalmente por seus professores e entusiastas,
Nem faço idéia do que explicarão depois dessa sobre respeito,
Ou sobre os três poderes e suas ligações nefastas

O pior disso tudo é admitir que tinha razão,
Aquele que recentemente era o único vilão,
Quando disse que "por ali era tudo covarde"
Pena que descobrimos essa verdade um pouco tarde...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Eu tava ali....

Era apenas um daqueles ambientes,
Em que a este nossa realidade se imponha,
Onde estamos todos acostumados e coniventes,
Com samba cerveja e turista fumando maconha

Não só eles mas muuiitos dos moradores locais,
Com cada charuto como se fosse nada demais,
Dando aquela movimentada no comércio da área,
Que certamente agradece a preferência arbitrária

Pano de fundo para uma estória mais leve,
Uma das clássicas desse tipo de evento,
Ela queria sentir como era na dele a sua pele,
Mas não sabia como realizar esse momento

Entra em campo a figura do amigo desinibido,
Que sai na busca de ajuda para a vítima da libido,
E Interpela tentando unir as pontas do doce processo,
Torcendo para retornar trazendo a resposta com sucesso

E assim começariam aqueles dois,
A famosa dança do acasalamento,
Com o indispensável paredão depois,
Só pra apimentar o gostoso entretenimento

Vidas, histórias, nada disso lhes interessa,
Ali só se beijar entre apertos e sem pressa,
Não é hora para sofrer a verdade é essa,
E o que dali tiver que acontecer, ninguém confessa

Fim do prazo de validade daquele sonho,
Despedida entre sorriso sacana e olhar tristonho,
Talvez se encontrem de novo ou nunca mais,
Consumar o desejo ou estimular os demais

Sei que por certo na mente daquele rapaz,
Aquela noite será por tempos relembrada,
Dona de um quadril com belíssimos ramais,
A protagonista será difícil de ser comparada

Torço, para o bem dele, testemunhar mais,
Aquele cenário fica bem nessa moldura,
Mesmo que insistam jamais diria quais,
Não fica bem no meu tipo de cultura

Entre copos coloridos e meu drink inofensivo,
Vamos ver quando será o próximo olhar lascivo,
Se é que haverá e detectar eu consigo,
Já pensou se forem duas? Aah meu amigo...

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

E se o problema for aqui?

E se não por acaso for ao contrário,
Do que convenciona o atual pensamento
Faria sentido se comportar temerário,
Diante da hipótese do seu falecimento?

Tendo você em registro a noção,
De que precisa cumprir uma missão,
A qual irá habilitar a sua evolução,
Facilitaria um pouco a compreensão?

Agora neste mesmo campo considere,
Que outros estejam no mesmo patamar,
Um novo conceito aqui então se insere,
Para que faça algum sentido continuar

Imagine que independente da origem ou distância,
Entre os envolvidos haja uma desconhecida paridade,
Isso atenuaria uma natural relutância,
Em aceitar entre eles a compatibilidade?

Inclua nisso o fato de não haver controle sobre o tempo,
Logo, uma vez completando o seu momento,
Dar-se-ia em seu processo o prosseguimento,
Sem qualquer chance para uma despedida de retardamento

Teoricamente traria um pouco de alento,
Aos que passam por esta transformação,
Trocar de plano astral sem desprendimento,
É difícil tanto pra quem fica como pros que vão

E de quebra poderia ainda nos elucidar,
Como coisas inimagináveis costumam acontecer,
Um número grande a simultâneamente nos deixar,
Por simplesmente terem feito por merecer

Pena que em nossa dinâmica não é permitida,
Esse tipo de interessante acessibilidade,
Permitiria consideráveis progressos em nossa vida,
Sem depender do livre arbítrio para essa finalidade...

Mas se nada disso estimulou o seu entendimento,
Tento entusiasta ilustrar por uma última vez,
Se estivéssemos todos sob o regime de um confinamento,
Vendo um querido ganhar a liberdade sem poder olhar para trás, mudarias a forma como hoje vês?

sábado, 3 de dezembro de 2016

A covardia nossa de cada dia

Aquilo não foi tragédia e sim assassinato,
Busquem na enciclopédia e verão que é um fato,
Extrapolou-se o limite da ganância em prol de um ideal,
Ignorou-se a distância e um dia acabou mal

Impressionante como se deixou acontecer,
Estava explícito que era uma insanidade,
E agora não adianta chorar ou se aborrecer,
Já era: mais um ponto pra nossa mediocridade

É tão arraigado o costume da inoperância,
Que mal passou o episódio e já voltou a discrepância,
Uns tentando se aproveitar pra ganhar dinheiro,
Outros tentando se livrar votando ligeiro

Sem contar os que nem esperaram a coisa esfriar,
E como bons imbecis, entre si já voltaram a brigar,
Como se soubessem o que é um luto a respeitar,
Ainda tem no campeonato os que não querem se deixar rebaixar

Resumindo já acabou prazo de atenção,
E provavelmente não se aprendeu a lição,
Afinal isso acontece só com os outros,
Mas não é bem assim: os exemplos não são poucos

Não vou desejar força mas sim atitude,
Somos todos vítimas em maior ou menor escala
Para que não se precise morrer para que algo mude,
Temos que parar de agir como quem hoje chora e depois se cala...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O que mais esperar...

Hão de surgir quem alegue que isso não os reflete,
Apesar de terem de admitir mesmo com relutância,
Que mais uma vez esta torcida se repete,
Nesta absurdamente estúpida militância

Num momento delicado em todo o planeta,
Onde o tema em voga é justo a união,
Ela insiste em exibir sua irracional faceta,
Brigando entre si e espalhando a confusão

Mostrando nada além de sua índole,
Que infelizmente parece uma síndrome,
Da incapacidade para manter o comportamento,
Fazendo do insensato seu usual procedimento

Ainda bem que isso não é para todos,
Seria bom que fosse na verdade pra nenhum,
Evitaria dizer que há um bando de tolos,
Inserido onde não faz sentido algum

Lamento pelos verdadeiros torcedores,
Que são obrigados a compartilhar esses dissabores,
Manchando desnecessariamente a história do seu time,
Mas é o que acontece quando da responsabilidade se exime

Fossem eles banidos de forma enérgica,
Tal como se age com uma fonte alérgica,
E nunca mais se teria a noticia desse constrangimento,
Voltando ao normal a dinâmica do entretenimento

Até quem sabe isso um dia acontecer,
O que fica de memória dos entusiastas da carniça,
É que simplesmente fazem por merecer,
O estigma da imagem de fundo na sala da polícia...

Que comecem os jogos

É de se perder na vã tentativa,
De encontrar alguma alternativa,
Que explique por que tal tratativa,
Nunca permanece sempre ativa

O que dizer de quem se une na tragédia,
Da qual é capaz de tentar fazer comédia,
E por ela consegue fazer até linda homenagem,
Ou se aproveitar da distração para articular a sacanagem?

Como classificar a estupidez da ganância,
Capaz de acabar com sonhos de infância,
Numa infinita e sofrida fração de segundo,
Que em sua inocência choca e sensibiliza o mundo?

Onde indexar a ausência da coerência,
Do guardião da legislação em vigência,
A assistir ao absurdo sem nenhuma resistência,
Vendo o certo sucumbir sem residência

Por que nesse mundo seja por onde for,
Só se encontra unanimidade em havendo a dor,
Mas quase exclusivamente sendo no esporte,
Já que a fome e a guerra também causam a morte?

Seria por parecer este um ambiente de fantasia,
Do jeito que todos gostariam de ter por perto
Onde existem regras e as raças não importariam,
E o respeito pela idéia parece dar bem certo?

Então se perdemos alguém dali que nos dá alegrias,
Parece que "aqui fora" aumentam as agonias?
Se for esta a filosofia então sugiro de forma definitiva,
Reconsiderar o seu comportamento para uma maneira desportiva

Parece que é o único código que ainda tem valor,
Ao qual ninguém tem o ímpeto de se opor,
Quem sabe fazendo da vida um belo jogo,
Possamos aprender como viver de novo

Deixando de ver momentos de união e respeito,
Apenas na frente de um caixão ou pondo medalha no peito,
Acho que será de legado o melhor troféu,
Que os exemplos que idolatramos nos deixam do céu...